Cotidiano

Artista grafita rostos femininos em túnel na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá

grafite.jpgRIO – Desde que correu o Brasil a notícia do estupro coletivo de uma jovem de 16
anos, na Zona Oeste, o sentimento de revolta uniu mulheres de todo país.
Manifestações tomaram conta das ruas e das redes sociais. A arte entrou no
debate. Dois painéis com rostos femininos foram grafitados pela artista Panmela
Castro, na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá.

? A ideia é falar sobre violência, dor e a posição da mulher numa sociedade
patriarcal ? diz Panmela.

Sobre um fundo vermelho de 30 metros, a imagem ficou
pronta em um dia. As peças foram levadas para a exposição sobre o artista
plástico Bispo do Rosário, ?Das Virgens em Cardumes e da Cor das Auras?, no
Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, que fica na unidade. Panmela fez
uma performance em que cortou o próprio corpo com uma lâmina e desenhou a
pergunta que dá nome à obra, ?Por quê??.

? A roupa que escolhi foi para pensar a dificuldade da mulher no mundo, e o
corte na pele representou o sentimento de dor, porque o julgamento é muito mais
opressor que a violência física ? explica a artista, que há mais de dez anos
corre o mundo com seus grafites.