SÃO PAULO ? Após pedir sua escolta para um hospital na última sexta-feira, a defesa do pecuarista José Carlos Bumlai resolveu agendar uma consulta do empresário com um cardiologista para a próxima quarta-feira. De acordo com os advogados, Bumlai, preso no Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, vem apresentando episódios de pressão alta.
Na última sexta-feira, a defesa pediu autorização ao juiz Sérgio Moro para que o empresário fosse escoltado para o Hospital Santa Cruz para um atendimento com um médico cardiologista. Na decisão, Moro afirmou que, neste caso, a autorização judicial não é necessária e cabe ao responsável pela prisão providenciar o deslocamento de Bumlai em caso de emergências médicas. De acordo com o juiz, o próprio pedido da defesa, no entanto, revelaria que a situação de Bumlai não era emergencial. Segundo a defesa de Bumlai, o próprio pecuarista, já estável, afirmou aos médicos do CMP de que não se tratava de um caso urgente. Moro autorizou a escolta de Bumlai caso os médicos do CMP julgassem necessário.
?Não obstante isso, autorizo o deslocamento de José Carlos Costa Marques Bumlai, mediante escolta da Polícia Federal, até o Hospital Santa Cruz ou instituição similar, para consulta a médico cardiologista, se a situação demandar, aferível pelos próprios médicos do CMP, com urgência. Em não havendo urgência, deverá a defesa inicialmente providenciar uma data para consulta com o cardiologista?, escreveu Moro.
No último dia 21 de setembro, o pecuarista passou por uma perícia com dois médicos, um cardiologista e um urologista, para analisar sua situação clínica. Em relação aos seus problemas de hipertensão, foram recomendadas atividades físicas ao menos três vezes por semana com supervisão de um fisioterapeuta, bem como dieta adequada por nutricionista e uso de medicamentos regulares. A perícia concluiu que Bumlai encontra-se em boa condição cardiológica após ter passado por uma operação no miocárdio, sem relatos de complicações.
José Carlos Bumlai teve sua prisão preventiva restabelecida no dia 10 de setembro. Até então, o pecuarista cumpria prisão domiciliar para tratamento de um câncer na bexiga, durante o qual também fez uma cirurgia cardíaca. Bumlai é investigado por um empréstimo de R$ 12 milhões que teria como destino o pagamento de dívidas do PT. Tomado junto ao Banco Schahin, a quitação teria se dado por meio de um contrato entre a Petrobras e a Schahin para construção de navios-sonda.
*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire