BRASÍLIA ? A oposição reagiu às citações ao ministro de Relações Exteriores, José Serra, na delação da Odebrecht. Deputados e senadores oposicionistas irão se reunir na tarde desta segunda-feira para definir que medidas jurídicas podem tomar. Eles estudam pedir a suspensão do processo de impeachment de Dilma Rousseff e querem a demissão de Serra.
Executivos da empreiteira prometeram aos investigadores da força tarefa da Lava-Jato detalhar como o caixa dois da empresa abasteceu as campanhas eleitorais do PSDB em 2010. A informação foi publicada pelo jornal “Folha de S. Paulo” e confirmada pelo GLOBO.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), foi ponderado e disse que é preciso dar o benefício da dúvida ao ministro, do PSDB. Mas afirmou que, se verdadeira a denúncia, é grave.
? Muita coisa tem sido dito nessas delações. Mas se há provas de que são verdadeiras (acusações contra Serra), é algo bastante grave. Não só contra o Serra. Estão afastando a presidente Dilma por causa de denúncias de decretos que assinou e por pedaladas fiscais. Há denúncias, até mais grave, que envolve o próprio Michel Temer, que teria feito acordos com uma empreiteira. A ser verdade, é muito grave ? disse Costa.
Para o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), as delações não contaminam o governo de Michel Temer. Aloysio diz que José Serra deve permanecer no ministério, apesar da citação de seu nome na delação da Odebrecht.
? O Serra é corretíssimo, escrupuloso, sua campanha não deixou nenhuma dúvida sobre sua correção. São questões absolutamente diferentes. O impeachment é uma questão política e jurídica que vai ser julgada pelos senadores. A outra tem que ser apurada, vai ser objeto de investigação, se os juízes assim determinarem. Não seria o caso de mais uma troca no ministério. Serra é um excelente ministro, está fazendo um excelente trabalho. Isso não contamina o governo ? afirma o líder do governo.