BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniu rapidamente nesta manhã com o relator das medidas de combate à corrupção, Ônyx Lorenzoni (DEM-RS), na liderança dos Democratas, tentando um acordo para votar o texto. Maia, antes do encontro, disse que nunca houve acordo total sobre aprensentação de uma emenda que anistie crimes associados a doações de campanha. O assunto domina a sessão da Câmara sobre o tema.
Os opositores do texto aprovado ontem na comissão especial tentarão aprovar, com destaque de votação em separado, uma emenda que possa garantir essa anistia. As possibilidades de emenda estão sendo negociadas. Eles pretendem manter a criminalização do caixa dois, aprovada no texto, mas querem garantir que não aja retroatividade. Uma das emendas diz que não pode punir na esfera penal a doação contabilizada e não contabilizada, excluindo do texto a possibilidade de não ter punição para os crimes civil e eleitoral. Mas também sofre resistência. Outra emenda, deixaria que não se aplicaria a acusações passadas.
Ônyx criticou essa movimentação e afirmou que sofreu pressão de muitos deputados que hoje são investigados, mas não citou nomes.
? Tem gente magoada comigo, gente que foi injustamente envolvido e teve sua reputação atingida. Mas não cedi a pressões. Quem não quer sofrer pressão, que fique em casa ? disse Lorenzoi.
No plenário, deputados se revezam nos microfones criticando tentativa de anistia. O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), disse que apresentará um requerimento para que todas as votações desta manhã sejam nominais, ou seja, que os deputados, segundo ele, “mostrem a cara”. Nesse tipo de votação é identificado no painel quem votou contra e a favor.