A terraplenagem e a pavimentação da nova pista já foram concluídas, mas ainda estão em andamento o plantio de grama e as instalações do sistema de drenagem e da subestação de energia, além da importação dos equipamentos de auxílio à navegação para balizamento da pista. A ampliação também está em processo de homologação junto às autoridades federais e, após o término dos trâmites burocráticos, ainda será finalizada a pintura e a instalada a iluminação.
Essas informações foram transmitidas por técnicos da obra, pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna, e pelo superintendente do aeroporto, Joacir Araújo dos Santos, ao governador Carlos Massa Ratinho Junior durante uma visita às obras nesta terça-feira (16). A intervenção, que começou em março de 2020, faz parte do convênio firmado entre o Governo do Estado, a Itaipu Binacional e a Infraero. O investimento é de R$ 69,4 milhões, sendo R$ 55,5 milhões da Itaipu, referentes a 80% do valor do contrato. Essa será a maior pista do Sul do País.
O governador ressaltou que a obra do aeroporto é uma das mais emblemáticas do pacote de avanços em Foz do Iguaçu porque impacta diretamente o turismo. Ele também destacou a execução célere diante da complexidade da intervenção – foram 800 mil metros cúbicos de terra utilizados para tampar uma ribanceira de 16 metros de altura, o equivalente a cerca de 50 mil caminhões cheios.
“Ficamos muito satisfeitos em ver o sucesso desse projeto, que é muito complexo. A velocidade da obra é resultado da união de esforços. Quando todo mundo rema para a mesma direção as coisas acabam acontecendo”, disse Ratinho Junior. “A obra é uma soma de boa engenharia, bom projeto, boa empresa prestando serviço, apoio técnico e financeiro da Itaipu e a assistência do Governo do Estado com apoio de engenharia e na área ambiental”.
Ele também destacou que a obra propõe uma retomada mais rápida do turismo depois da pandemia. “Será a maior pista do Sul do Brasil, o que também demonstra o potencial de Foz do Iguaçu. O aeroporto vai atender toda a região oeste e, automaticamente, todo o Paraná. Foz do Iguaçu indo bem faz o Paraná ir bem”, acrescentou o governador. “Turistas do mundo todo poderão descer direto dos voos internacionais em Foz, o que antes não era possível. A ampliação também vai fazer com que o aeroporto possa se tornar uma central logística da América do Sul”.
A pista do Aeroporto Internacional das Cataratas tem 2.194 metros de comprimento por 45 metros de largura, e é considerada curta para decolagem de voos de longa distância. Hoje não é possível decolar com o tanque cheio, o que impossibilita voos diretos para os Estados Unidos e a Europa. A nova pista terá 2.858 metros, 664 metros a mais que a atual. A ampliação garante maior segurança para viagens intercontinentais, o que permite autonomia de voos para locais como Miami, Nova York, Lisboa e Madri.
As obras aconteceram em uma antiga ribanceira no final da pista e serão concluídas em pouco mais de um ano, apesar da previsão original da Infraero ser de 2,5 anos de execução. Foram gerados 400 empregos diretos e inúmeros indiretos no processo. A intervenção envolve, ainda, maior segurança da pista com a implementação de dispositivos tecnológicos e uma nova casa de força totalmente digitalizada.
PARCERIAS – O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, disse que a expectativa é triplicar o número de turistas estrangeiros descendo em Foz do Iguaçu nos próximos meses, reativando a vivacidade do modal aéreo ao mesmo tempo em que avança a campanha de vacinação contra a covid-19. “Acreditamos no município como um destino mundial. As Cataratas e todas as atrações do oeste do Paraná aguardam esses turistas. Vamos passar a disputar de igual para igual com o Rio de Janeiro”, afirmou.
Ele também destacou o processo de convencimento e de diálogo com o Ministério de Infraestrutura sobre a ampliação antes da concessão. “O governador fez um pedido ao governo federal e a Secretaria da Aviação Civil primeiro foi resistente à ideia, mas acatou o pedido do Paraná, e a Itaipu Binacional foi parceira no projeto. Com isso, em menos de dois anos conseguimos fazer com que a pista fosse construída. O principal beneficiado é o usuário, pois muito em breve ela estará à disposição dos passageiros”, disse. “Com o leilão, novos investimentos virão, mas já teremos a pista atendendo a demanda internacional de Foz do Iguaçu”.
Segundo o diretor-geral de Itaipu, Joaquim Silva e Luna, o apoio para a ampliação foi um pedido do governador dentro da parceria estratégica que envolve mais de R$ 1,4 bilhão em investimentos no Paraná. “No final de abril teremos condições técnicas para pousar qualquer avião internacional em Foz. Quando chegamos, há dois anos, conversamos com o governador e ele me disse que era demanda mais urgente da cidade, por causa do hub logístico e turístico da região”, afirmou.
Segundo o prefeito de Foz, Chico Brasileiro, esse investimento vai ampliar as possibilidades de uma retomada econômica mais rápida, mais sustentável e duradoura. “São investimentos que possibilitam a vinda de turistas estrangeiros, que hoje representam 40% dos nossos visitantes. Com a ampliação da pista, há a possibilidade de uma retomada muito mais rápida. É um dos maiores investimentos em Foz não só pela característica econômica, mas no sentido de dar sustentabilidade para o futuro do turismo do Município”, afirmou.
Brasileiro ressaltou que o turismo representa empregos, a imagem e o conceito da cidade. “Para ser turística, Foz precisa ser um local onde as pessoas se sintam bem, tenha qualidade de vida, natureza e sustentabilidade. O turismo representa esse conjunto, que traz bem-estar ao cidadão. É isso que Foz do Iguaçu tem buscado proporcionar através do turismo de natureza e outros muitos atrativos”, completou.
MUDANÇAS NO AEROPORTO – A ampliação da pista é a parte final de um projeto estruturante maior no aeroporto. A etapa anterior incluiu a ampliação do pátio de manobras de aeronaves a partir do portão 2, a duplicação da via de acesso ao aeroporto (ligação entre o terminal e a BR-469) e a implantação de uma nova pista para taxiamento.
As obras também foram financiadas em parceria pela Itaipu e Infraero. O investimento foi de R$ 15,5 milhões, sendo 70% do valor total do contrato pago pela Binacional.
Rubens Sampaio Sarlo, supervisor de obras da Infraero em Foz do Iguaçu, destacou que elas já foram percebidas pela população e pela operação do aeroporto. “A duplicação da via de acesso foi entregue, 100% executada, e o pátio de manobras tem 98%, restando apenas o balizamento em volta da pista e as luzes. A iluminação será toda em LED com alta eficiência”, disse.
As obras efetuadas no aeroporto nos últimos anos incluem, ainda, melhorias no terminal, como ampliação da área de check-in, das salas de embarque e desembarque, implantação de escadas rolantes, carrosséis de bagagem, novos elevadores e quatro pontes de embarque (fingers); troca do asfalto de toda a pista; recape das pistas de táxi; e ampliação do sistema de ar-condicionado. Esse conjunto deve aumentar a capacidade do aeroporto de 2,6 milhões para 5 milhões de passageiros.
As salas de embarque, por exemplo, passaram de 900 metros quadrados para 5.400 metros quadrados. O investimento por parte da União, com recursos da Infraero e da Itaipu Binacional, foi de R$ 32,6 milhões.
O Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu também tem um conceito sustentável. Há a intenção de começar um projeto de geração de energia por painéis fotovoltaicos e de instalar um reservatório de termoacumulação para conservar a água gelada para ser utilizada pelo sistema de ar-condicionado. O terminal já conta com gestão de resíduos sólidos e captação da água da chuva.
CONCESSÃO – A ampliação da pista foi incluída no pacote de investimentos da Itaipu Binacional e da Infraero atendendo a um pedido do Governo do Estado feito em agosto de 2019. Na época ele já estava incluído no pacote de concessões do governo federal.
O Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu será repassado para a iniciativa privada no pacote Sul dos leilões, ao lado do Aeroporto Internacional Afonso Pena (São José dos Pinhais), Bacacheri (Curitiba) e do terminal de Londrina. Os aeroportos paranaenses integram o bloco Sul do processo, ao lado dos terminais de Navegantes (SC), Joinville (SC), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS).
O lance mínimo do Bloco Sul será de R$ 130.203.558,76. O investimento previsto é de R$ R$ 2.855.238.621,56 e o valor estimado para todo o contrato de 30 anos é de R$ 7.452.296.743,34. A expectativa é de investimentos robustos nos quatro aeroportos, incluindo a terceira pista em São José dos Pinhais, fundamental para conectar o polo produtivo da Capital com qualquer lugar do mundo.
OBRAS NA REGIÃO – O entorno do aeroporto também será impactado por outras estruturantes nos próximos meses. Uma delas é a duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469), única via de acesso às Cataratas do Iguaçu e ao aeroporto, e o mais importante corredor turístico de Foz do Iguaçu e da região oeste. Serão revitalizados 8,7 quilômetros, do trevo de acesso à Argentina até a entrada do Parque Nacional do Iguaçu, um dos principais cartões-postais do País e uma das sete maravilhas da natureza do planeta.
A obra inclui vias marginais, ciclovia, um viaduto na entrada do aeroporto, três trincheiras, ponte elevada sobre o Rio Tamanduá, canalização do Córrego Carimã, uma passarela para pedestres, dois passa-faunas e uma rotatória da entrada do Parque Nacional do Iguaçu. A licitação está programada para este semestre.
Também começará a ser construída neste ano a perimetral que conectará a Ponte da Integração Brasil – Paraguai à BR-277. Ela terá 15 quilômetros de extensão, dois viadutos, uma rotatória alongada, duas travessias e duas aduanas, com investimento de R$ 174 milhões.
PRESENÇAS – Estiveram presentes na visita o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o diretor de Coordenação-Geral de Itaipu Binacional, Luiz Felipe Carbonell; e engenheiros e técnicos envolvidos diretamente na obra.