BRASÍLIA – Menos de 24 horas após ser indicado para ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que anunciou o desligamento do cargo de ministro da Justiça, também entregou pedido para se desfiliar do PSBD. Moraes conversou nesta terça-feira com o presidente do partido, o senador Aécio Neves (MG), sobre a saída da sigla, que é condição para ingressar no Supremo.
O ministro da Justiça licenciado ainda terá de passar por sabatina no Senado para ter seu nome aprovado para o STF. Moraes passou esta terça-feira no gabinete da pasta, apesar de ter pedido licença, conversando com a equipe.
Sob críticas, o presidente Michel Temer anunciou ontem o aliado para ficar na vaga aberta com a morte de Teori Zavascki, relator da Lava-Jato. Moraes não herdará a relatoria do processo sobre corrupção, que foi sorteado para o ministro Edson Fachin. Mas será o revisor quando alguma ação relacionada a Lava-Jato chegar ao plenário.
A indicação política provocou críticas a Temer, que havia sinalizado anteriormente que optaria por um nome técnico. Ives Gandra Filho era um dos cotados. Outros nomes do Superior Tribunal de Justiça também foram cogitados até Temer optar por Moraes.
Se confirmada, a ida de Moraes para o STF mexe com o xadrez político no PSDB. Ele era cotado para suceder Geraldo Alckmin no governo de São Paulo, de onde saiu para assumir o Ministério da Justiça na gestão Temer.