Após o último debate entre os candidatos à prefeitura do Rio, realizado pela TV Globo, os adversários de Marcelo Crivella (PRB), líder das pesquisas, miraram no voto útil e argumentaram que são capazes de derrotá-lo no segundo turno. Crivella, por sua vez, disse que pode vencer ainda no primeiro turno.
Com uma postura diferente de debates anteriores, quando preferiu não confrontar os adversários com veemência, Crivella decidiu partir para o ataque contra Pedro Paulo logo no início. Após o debate, ele justificou a mudança de estratégia e disse que espera ganhar no primeiro turno.
? O debate é um reflexo do que acontece nas ruas. As pessoas estão cobrando, pois há muita insatisfação com o PMDB.
Crivella disse ainda que está lutando para conquistar os votos brancos e nulos, que aparecem em segundo lugar nas pesquisas. Depois do debate, Pedro Paulo disse acreditar que o Rio de Janeiro não elegerá quem “combina política com religião”.
? Todos os debates foram importantes. Conjunto das pesquisas têm me colocado na segunda posição. Acredito na força da militância. Tenho convicção que estarei no segundo turno contra o Bispo Crivella – disse Pedro Paulo, que minimizou o peso da rejeição ao seu nome, identificado pelas pesquisas.
Para Indio da Costa, o debate foi importante para mostrar “quem tem capacidade de gerir o Rio de Janeiro”, e atacou Crivella. Segundo Indio, ele é o único que pode derrotá-lo.
? Crivella nomeou mais de dois terços dos superintendentes com gente da Igreja quando era ministro da Pesca. Está claro que eu sou o único que posso derrotá-lo.
Marcelo Freixo (PSOL) também acha que tem mais chances de derrotar Crivella no segundo turno, mas não adiantou sua estratégia em um possível segundo turno. Ele comentou o confronto que teve com o candidato Pedro Paulo (PMDB). Para Freixo, o embate foi mais duro do que em debates anteriores porque o aliado do prefeito Eduardo Paes “fugiu” nas outras ocasiões. Freixo ressaltou que o seu desempenho foi importante para aumentar alcance do seu voto, uma das principais preocupações do PSOL.
? Foi importante porque as pessoas conseguiram ouvir as minhas propostas.
A candidata do PCdoB, Jandira Feghali, disse não acreditar que, nesta reta final da campanha, possa ser prejudicada pelo voto útil em Marcelo Freixo (PSOL). Ela citou o fato de as pesquisas mostrarem que suas intenções de voto estão concentradas nas classes mais baixas, enquanto Freixo é mais forte entre os mais ricos.
? O segundo turno está longe de estar decidido — disse ela.
Jandira reclamou ainda dos ataques que tem sofrido de integrantes do PSOL. Ela, Freixo e Alessandro Molon (Rede) haviam feito um pacto de não agressão.
? Sou mulher de cumprir acordo. O pacto de não agressão não foi muito cumprido, principalmente pela militância do PSOL, que me agrediu o tempo todo.
Já Osório disse que pode superar o desempenho de João Doria em São Paulo, que disparou nas pesquisas.
? Vocês acham que o (João) Dória foi o fenômeno dessa eleição. Não foi não. O fenômeno dessa eleição vou ser eu, que vou crescer muito mais rápido do que ele e vou estar no segundo turno para ganhar do Crivella – disse Osorio, em referência ao candidato do PSDB em São Paulo, que lidera as pesquisas.
Bolsonaro comemorou sua campanha:
? Meu eleitor sempre foi um eleitor que não apareceu nas pesquisas. É um voto de opinião, disperso. Nem sempre os institutos de pesquisa captam – disse Bolsonaro.
A três dias da votação em primeiro turno e em desvantagem nas pesquisas, Alessandro Molon (Rede) disse estar confiante de que conquistou votos com o debate:
? Não gastei energia com farpas. Tenho muita esperança que esse debate mova pontos entre as candidaturas