RIO ? Os adolescentes brasileiros ainda são, em sua maioria, sedentários, mas nos últimos anos o percental de jovens classificados como ativos pelo indicador de atividade física acumulada aumentou em quatro pontos percentuais. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, a taxa subiu de 30,1% em 2012 para 34,4% no ano passado.
Marco Andreazzi, gerente da pesquisa, afirma que o aumento pode ter sido impactado por uma mudança metodológica, pois a forma de cálculo do índice foi alterada entre os dois estudos. Contudo, um outro indicador aponta para melhora na quantidade de exercícios físicos realizados pelos jovens estudantes formandos do 9º do Ensino Fundamental, com idades majoritariamente entre 13 e 15 anos.
? O indicador é composto por uma série de informações coletadas dos estudantes, que nos permitem estimar se eles realizam mais de 300 minutos de atividades físicas por semana ? explicou Andreazzi. ? O cálculo mudou um pouco, mas o indicador de alunos que têm duas ou mais aulas de Educação Física por semana pode ser uma explicação para essa variação no índice.
Em 2012, apenas 27,3% dos estudantes relataram ter nas escolas duas ou mais aulas semanais por semana. Em 2015, o percentual subiu para 48,4%.
? O aumento foi bastante significativo ? pontuou Andreazzi.
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Na própria cidade do Rio de Janeiro, o resultado do estudo é preocupante: 65,7% dos estudantes relataram ter aulas de Educação Física apenas um dia da semana, e 10,8% simplesmente não têm aulas dessa disciplina.
MENOS HORAS NA FRENTE DA TV
Outro dado que chamou atenção dos pesquisadores foi a redução drástica no percentual de adolescentes que relataram assistir duas ou mais horas de televisão por dia. Em 2012, 78% dos pesquisados disseram ter esse hábito, mas no ano passado a taxa caiu para 59,1%. Uma das possíveis explicações para o fenômeno foi a substituição da TV por outros dispositivos, não pela atividade física.
?Estudos mostram que o tempo gasto com a televisão diminuiu na última década, mas a redução é compensada pelo tempo gasto com outros dispositivos de tela, como smartphones, tablets, PCs e computadores?, aponta a pesquisa.
