LONDRES – Títulos europeus poderiam perder um quarto de seu valor como consequência imediata da saída do Reino Unido da União Europeia, apontou um estudo que testa os efeitos do chamado ?Brexit? (?Britain?, Grã Bretanha + ?exit?, saída).
Segundo pesquisa da empresa de modelagem de risco Axioma, as ações europeias poderiam sofrer o pior golpe entre as classes de ativos em um portfólio hipotético composto em 54% de títulos, 41% em ações e o restante em investimentos alternativos, quando simulada a repercussão do voto pela saída. Investimentos em libra esterlina poderiam recuar 10%, mais do que os feito em euro, aponta o modelo.
Os títulos europeus têm permanecido relativamente calmos em meio à aproximação do referendo no Reino Unido em 23 de junho, apesar da volatilidade da moeda britânica ter aumentado ao maior nível desde 2009. Enquanto as ações britânicas passaram a apresentar o melhor desempenho na Europa este ano diante da libra mais fraca e uma recuperação de mineiros, elas também são as que apresentam maior risco, segundo a Axioma.
? Há uma hipótese de que o ?Brexit? não vai acontecer. Caso aconteça, ninguém está mentalmente totalmente preparado para isso ? afirmou Philip Jacob, um dos pesquisadores responsáveis pelo relatório, à Bloomberg. ? Veremos como o mercado de capitais se move realmente.
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Para simular o potencial impacto de uma saída britânica da UE, a Axioma analisou a resposta do mercado a eventos anteriores, como a crise de dívida europeia e o referendo escocês sobre a permanência no Reino Unido. Não se definiu o porquê ou como será a provável reação. O teste apenas captura o impacto no mercado no curto prazo, não mudanças estruturais que a saída do bloco poderia ter na economia a longo prazo, afirmou a empresa.
O relatório surge em meio à previsão de uma disputa acirrada, de acordo com pesquisas de intenção de voto. Algumas recentes indicam a opção pela saída na frente. Ainda assim, o Índice FTSE All-Share recuou apenas 1,2% este ano, enquanto o Euro Stoxx 600 caiu 7,6%.
Investidores americanos podem estar mais vulneráveis à situação. Desde maio do ano passado, eles elevaram a participação em títulos britânicos, segundo relatório da unidade de consultoria do Grupo Nasdaq OMX. Já investidores no Reino Unido, por outro lado, tem sido os principais vendedores, de acordo com os dados.
