Cotidiano

Acic faz alerta sobre possíveis fraudes na restituição de tributos

Contadores presentes à reunião de diretoria da Acic, nesta quarta

Acic faz alerta sobre possíveis fraudes na restituição de tributos

Empresários de Cascavel têm sido procurados por representantes de empresas de fora da cidade com a promessa de restituição de tributos, basicamente do PIS e Cofins, cuja incidência pode ser monofásica (já foram recolhidos pela indústria), empregando para isso meios fraudulentos que trarão consequências sérias a quem concordar seguir por esse caminho. O alerta, que é também da Acic, foi feito na manhã desta quarta-feira por diretores e representantes de entidades contábeis do município. “O assunto é bastante complexo e os empresários precisam estar atentos para evitar perdas que podem ser significativas”, diz o presidente da associação comercial Genesio Pegoraro.

A abordagem é feita por profissionais que não são contadores, diretamente ao empresário ou a sua empresa. Com uma extensa lista de argumentos, muitos apelativos, eles tentam a todo custo convencer o empresário de que a restituição é de um dinheiro que pertence à empresa. A manobra consiste em alterar sem que o contador esteja ciente as declarações (PGDAS) preenchidas originalmente pelo escritório de contabilidade da empresa. Como o sistema da Receita Federal é eletrônico, a resposta às novas informações é automática, gerando um crédito, por pagamento indevido ou a maior, que na não verdade não existe.

As alterações chegam ser feitas em declarações de cinco anos atrás na tentativa de aumentar o valor da suposta devolução. Mas essa operação toda é indevida e fraudulenta. A Receita Federal terá cinco anos para analisar o processo e, ao descobrir a prática do esquema, haverá consequências graves à empresa e ao proprietário, alerta o Contador Marcio Blazius, da Câmara Técnica Tributária da Acic. Além da devolução do dinheiro, o empresário pagará multa de até 150% sobre o valor ressarcido indevidamente, além de sofrer processo criminal por crime contra a ordem tributária.

O presidente do Sincovel (Sindicato dos Contabilistas de Cascavel), Diego Paim, informa que empresas sérias, de fora, quando vêm a Cascavel procuram primeiramente as entidades do setor contábil. No caso de golpistas, eles evitam ao máximo contatos com contadores e com entidades representativas, abordando diretamente o empresário. “Muitas vezes, fragilizado pela pandemia e em dificuldades, alguns cedem à promessa de dinheiro fácil sem imaginar que estão caindo em uma armadilha”, lamenta Diego, alertando para o risco de fornecer a terceiros desconhecidos o seu certificado digital. “O certificado equivale a uma folha em branco assinada e seu uso indevido trará inúmeras consequências”.

Os golpistas não deixam rastro, por isso o cuidado tem que ser ainda maior, diz o contador Claudio Brunetto. “Além do certificado digital, usam o computador da própria empresa a qual prestam o suposto serviço”. O contador Juarez Paim afirma que “não existe milagre na área da recuperação de tributos, por isso toda proposta que pareça boa demais precisa ser analisada com muita cautela”. A recomendação de profissionais sérios do setor é não fornecer o certificado digital e jamais conversar com estranhos sobre questões tributárias sem a presença do seu contador.

Caso a empresa já tenha sido abordada e tenha fornecido seu certificado digital, primeiro passo é analisar as procurações digitais vigentes no e-CAC e cancelar as desconhecidas. Feito isso, deve revogar o certificado digital e-CNPJ. Posteriormente, a empresa precisará de um novo certificado digital.

Crédito: Assessoria