RIO – O abismo que separa homens e mulheres no mercado de trabalho não é exclusivo de países pobres. Dados da OCDE, que reúne em sua maioria países de economia avançada, mostram que há nações ricas onde essa desigualdade persiste. O Japão, por exemplo, ocupa o terceiro lugar no ranking de desigualdade salárial, atrás apenas de Coreia do Sul e Estônia.
No Japão, a diferença entre a média de salários pagos a homens e mulheres corresponde a 25,9% do salário médio dos homens. Na Coreia do Sul, esse percentual chega a 36,7% e na Estônia, a 28,3%. A Bélgica é a que apresenta a menor variação. A diferença de remuneração de gênero corresponde a 3,3% do salário médio pago aos homens. Não há dados para o Brasil.
Segundo a OCDE vários fatores explicam essa distorção nos padrões de remuneração. Entre eles o fato de as mulheres terem uma jornada de trabalho menor, além de serem empregadas em ocupações que pagam menos. Para tornar essa relação menos desigual, cresce o consenso nesses países de que a divisão de tarefas domésticas é crucial.
NA ALEMANHA, MAIS PAIS CUIDAM DOS FILHOS
Segundo a organização, o aumento do emprego feminino nas últimas décadas está diretamente relacionado à maior participação dos homens em tarefas do lar, incluindo tomar conta dos filhos. Mais de 25% dos habitantes de países da OCDE acreditam que a licença para pais deve ser divida entre homens e mulheres. O percentual chega a 40% na França.
Uma das ações que tem avançado nessa questão é a Alemanha, onde o percentual de crianças cujos pais tiraram licença paternidade aumentou de 20,8% em 2008 para 34,2% em 2014. Ainda assim, há desigualdade salarial no casamento. Considerando casais em que a mulher tinha idade entre 25 e 45 anos, estas respondiam por apenas 22,6% do orçamento familiar, segundo dados de 2011.