BRASÍLIA ? Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes disse à bancada do PSDB que não se deve discriminar nomes que têm atividade jurídica e política. Moraes se desfiliou na terça-feira do PSDB e nesta quarta-feira deflagrou uma campanha junto aos senadores para ser aprovado como novo ministro do Supremo.
? Não se pode discriminar o fato de ter atividade jurídica e ter atividade política ? disse Alexandre Moraes, durante encontro com os tucanos, com a porta aberta.
Mais cedo, ele esteve com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), e com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Ele disse que quer conversar com os 81 senadores.
O ministro da Justiça licenciado brincou que não dava para conversar com todos os senadores nesta manhã.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), enfatizou essa percepção.
? Ele iniciou uma séria de visitas hoje, no Senado. E agora esteve com o seu ex-partido. Afirmamos de forma categórica que o presidente Michel Temer fez uma boa escolha ? disse Aécio.
O tucano reagiu a crítica ao fato de Moraes ser ligado ao PSDB, lembrando que outros ministros do Supremo tinham e tem ligações partidárias. Ele lembrou que o ministro Dias Toffoli foi advogado do PT em campanhas eleitorais e ministros dos governos petistas antes de ser indicado ao STF. E que o próprio Gilmar Mendes tinha estreuta ligação com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que o indicou.
? Servir ao governo é servir, é ter vida partidária. Não podemos cair nessa tentativa de politizar algo que não precisa ser politizado. Muitos outros indicados têm ligações com o presidente da República ? disse Aécio.
E acrescentou que Toffoli e Gilmar têm a isenção reconhecida. Ele ainda destacou o ministro Celso de Mello, que tinha ligações com o ex-presidente José Sarney.
? Mais de 30% dos ministros dos últimos 20 anos tinham filiação ouserviram ao governo. Isso não é demérito ? disse Aécio.