A Itaipu Binacional quer duplicar nos próximos três anos sua atuação em benefício da produção orgânica e sustentável da região oeste do Paraná. Atualmente, 1,6 mil produtores são conveniados ao Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável da Itaipu, que incentiva agricultores a converterem as propriedades para a produção orgânica com base agroecológica, sem a utilização de adubos químicos ou pesticidas. O objetivo é chegar a mais de 3 mil famílias.
A meta foi anunciada pelo diretor de Coordenação da empresa, o engenheiro agrônomo Newton Luiz Kaminski, nesta semana, durante o lançamento do livro “Sistema de produção orgânica da soja”. A publicação tem apoio da binacional, que conta com a Vitrine Tecnológica de Agroecologia instalada no Show Rural 2018. “Desde 2011 a Itaipu mantém convênios com institutos de pesquisa para fortalecer a agricultura orgânica”, afirmou Kaminski. “Agora, queremos consolidar as pesquisas e o desenvolvimento de instituições voltadas à produção orgânica.”
Segundo o diretor, a Itaipu tem uma forte preocupação com a agricultura orgânica e levou ao Parque Tecnológico Coopavel, em Cascavel, sua experiência no assunto. Há 15 anos a empresa tem participação atuante na Vitrine Tecnológica de Agroecologia e, agora, ela foi a financiadora do livro sobre a produção da soja orgânica.
A primeira tiragem do material lançado nesta semana foi de mil impressões. O lote inicial será destinado a agricultores e profissionais de campo da região. O objetivo é manter a publicação constantemente atualizada com as novas pesquisas sobre a produção da soja orgânica no oeste do Paraná.
O livro é coordenado pelo pesquisador Sérgio Mazaro, da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), câmpus Dois Vizinhos, e pelos agrônomos Marcio Challiol, Aljian Alban e Ivan Zorzzi. A publicação se baseia nos levantamentos de pesquisadores e extensionistas de diferentes instituições públicas e privadas.
“Atualmente, as pesquisas se voltam todas para a produção convencional da soja, por isso esse livro é de grande valia, porque ele foi escrito com uma linguagem acessível e de grande aplicação no campo”, resumiu o gerente agrícola da Gebana Brasil, Márcio Challiol, um dos autores do livro utilizando adubos orgânicos”, seguiu.
CIBiogás e Itaipu apresentam protótipo movido a biometano
O protótipo CH4PA, veículo utilitário movido a biometano, foi oficialmente lançado nesta semana durante o 30° Show Rural pela Itaipu Binacional e pelo CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás).
Resultado de uma parceria internacional voltada à inovação e ao desenvolvimento sustentável no agronegócio, o CH4PA surgiu após pesquisas indicarem a necessidade de um veículo com a capacidade de transporte dos tratores, mesclada com a mobilidade das caminhonetes. O objetivo é facilitar o transporte de cargas e reduzir custos, principalmente para os agricultores familiares.
O utilitário foi desenvolvido em parceria pelo CIBiogás com a empresa austríaca Spirit Design, recursos da Agência de Desenvolvimento Austríaca e o apoio da Itaipu e da Fundação Parque Tecnológico Itaipu.
A expectativa é de que no fim de 2019 tenha início o processo de industrialização do CH4PA. “É um protótipo que ainda está em fase de pesquisa, mas a expectativa é que ele possa gerar novos negócios na região”, explicou o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Paulo Afonso Schmidt.
O grande diferencial do veículo é o abastecimento com biometano, oriundo do refino do biogás, que pode ser produzido a partir da decomposição anaeróbica de dejetos de animais ou outros resíduos orgânicos. O uso do biocombustível ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
O diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Newton Kaminski, destacou a importância de promover o desenvolvimento sustentável do agronegócio que deve triplicar a produção de proteína animal nos próximos dez anos. “Queremos trazer essa tecnologia e testá-la em campo e depois oferecer para a comunidade, melhorando a qualidade e a disponibilidade de água no reservatório, transformando a região na melhor produtora do agronegócio do Brasil.”
Para o diretor presidente do CIBiogás, Rodrigo Régis, o desenvolvimento de veículos movidos a biometano é um passo importante. “O CH4PA está aqui no Show Rural para apresentarmos a agricultura do futuro. Sem dúvida nenhuma, no futuro veremos o agronegócio usando como matéria prima para o desenvolvimento os biocombustíveis”, acrescentou.
Mobilidade e capacidade
O novo veículo recebe esse nome ao fazer referência à fórmula química do metano: o CH4, principal componente do biogás. O protótipo criado para aplicações no meio rural pode executar ações como o transporte cargas e a utilização de implementos agrícolas. O CH4PA consegue carregar até uma tonelada, com uma autonomia de 200 quilômetros e uma velocidade máxima de 60 km/h. Os próximos passos do projeto são a construção do segundo protótipo com tecnologia nacional ou tropicalizada e a produção em escala no Brasil.