Embora nunca tenha escondido sua intenção de flexibilizar o acesso a armas – inclusive, ganhou muitos votos por conta disso -, o presidente Jair Bolsonaro fez um recuo sensato, ao corrigir alguns exageros que poderiam trazer sérias consequências. Bolsonaro foi sensível às críticas.
Àqueles que são contra a liberação das armas, toda flexibilização é um exagero, sob argumento de que o porte de armas de fogo gera “mais violência” e deve ser limitado à polícia e a agentes de segurança e não estendido ao cidadão.
Contudo, uma boa parcela da população defende o direito de ter acesso a arma para sua proteção pessoal. É o caso de quem mora no campo, por exemplo, que está mais vulnerável à ação de marginais e a possibilidade de possuir uma arma lhe garante mais segurança e impõe um pouco de receio a quem se arrisca a invadir seu sossego.
Uma das correções feitas ontem era o acesso de fuzil pelo cidadão comum. Embora seja usado por organizações criminosas que traficam a arma de outros países, a liberação facilitaria ainda mais que esses equipamentos chegassem a esses grupos.
Outra mudança diz respeito ao uso de armas em voos. Imagine a insegurança em embarcar em uma aeronave sem a certeza de que todos os passageiros estariam desarmados. Com apenas um tiro seria possível matar centenas de pessoas derrubando o avião. E talvez até mais, dependendo de onde ele caísse.
Polêmico em suas posições, Bolsonaro se mostrou coerente e sensato ao ouvir e atender apelos de especialistas. O País inteiro agradece.