Cotidiano

Vendas do comércio recuam 20%

E a perspectiva não é nada positiva para os próximos meses ou mesmo para o fim de ano

Cascavel – Uma crise econômica que se estende há meses, a instabilidade política, que foi definida na semana passada com a saída da ex-presidente Dilma Rousseff, aliada às obras do PDI (Plano de Desenvolvimento Integrado) em pleno Calçadão da Avenida Brasil. Quem mais tem sofrido são as pessoas ligadas ao comércio. Se comparado com o mesmo período do ano passado, as vendas caíram, em média, 20%. E a perspectiva não é nada positiva para os próximos meses ou mesmo para o fim de ano.

De acordo com o presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), Alcir Rotta Júnior, em conversa com cerca de 500 empresários da região central, todas apresentaram queda no faturamento, que pode chegar a até 30%. “O que estamos pedindo constantemente ao Município é que as obras sejam agilizadas, para que o cronograma seja antecipado”.

Segundo Alcir, com a entrega da revitalização da avenida, que deve ocorrer antes do Natal, os números para o fim do ano devem ser um pouco melhores do que no ano passado. “Analisamos os índices do SPC e do Caged e estamos percebendo uma lenta recuperação da economia local. São números tímidos, pequenos, mas que têm melhorado mês a mês e a perspectiva é que as vendas se mantenham nos próximos meses”.

Nas lojas, as vendas estão cada dia menores. De acordo com o empresário Eduardo Achkar, no primeiro semestre de 2014 eles venderam 47 mil peças. Neste ano, 41 mil. “O problema não é somente a quantidade, mas também o valor. Calças que até então eram vendidas a R$ 150, hoje estamos fazendo promoção a R$ 70. Um exemplo é o valor do presente do Dia dos Pais, que no País ficou, em média, R$ 108 e o nosso R$ 40”.

Alvarás

E foi justamente esta previsão de queda nas vendas até o fim do ano que fez com que o presidente da Amic (Associação de Micro e Pequenas Empresas de Pequeno Porte do Oeste do Paraná), Jorge Luiz dos Santos, realizasse uma reunião há poucos dias com a secretaria de Finanças, para solicitar uma forma de aliviar as despesas sofridas por comerciantes da Avenida Brasil. Uma das possibilidades sugeridas é amenizar o pagamento dos carnês de alvará. Em nota encaminhada ao Hoje, a secretária Sonia Klann, disse que a solicitação foi analisada, mas não há previsão legal para que o Município realize descontos ou conceder outros benefícios. Ainda segundo a nota, o Município não poderá deixar de cobrar ou modificar os valores dos impostos já gerados, e também não há como ampliar o prazo para o pagamento sem a expressa previsão legal.