Cotidiano

Haiti recebe ajuda internacional após desastre pelo furacão Matthew

PORTO PRÍNCIPE – A ajuda humanitária começa a chegar ao Haiti depois da passagem do furacão Matthew, que arrasou grande parte do país mais pobre das Américas na última terça-feira. Os Estados Unidos estão enviando uma missão com o navio militar Mesa Verde, 550 especialistas em emergência, assistência médica e reconstrução e também 12 helicópteros. A tempestade matou mais de 900 pessoas no país.

Além disso, o presidente Barack Obama pediu aos cidadãos americanos que enviassem doações ao Haiti. Já o grupo de ajuda humanitária International Relief Teams e as organizações MAP International e Hope for Haiti doaram, em conjunto, US$ 7 milhões em material médico, enquanto a Cruz vermelha Internacional está levantando US$ 6 milhões para enviar medicamentos, abrigos e água à população haitiana.

A França, por sua vez, está mandando 32 toneladas de mantimentos e equipes especializadas em purificação de água. E até mesmo a Venezuela, afetada por uma crise econômica que a levou ao desabastecimento, enviou três cargas de ajuda e alimentos.

Na Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Central de Reposta a Emergências liberou uma verba de US$ 5 milhões para reforçar o socorro ao país, e pediu ao Unicef um empréstimo de US$ 8 milhões para ampliar o combate ao cólera, que já matou 13 pessoas e ameaça se tornar uma epidemia pós-tormenta.

Em alguma localidades, a ajuda já está chegando. Para a região de Grand?Anse, uma das mais atingidas, foram enviados helicópteros militares com 50 toneladas de água, comida e medicamentos e um barco com nove contêineres da mesma carga. Na cidade costeira de Jeremie, Jislene Jean-Baptiste, uma avó que vive com suas três filhas e netos numa casa de um cômodo, viu a água chegar na altura da cintura dos adultos e estragar todo o estoque de arroz e açúcar que a família guardava para vender e se sustentar. O vento ainda levou o telhado da casa.

? Foi a tormenta mais aterradora que já passou por aqui ? disse ela.

Na mesma cidade, Richard David, de 22 anos, esperava a chegada do socorro.

? Minha casa foi totalmente destruída. Hoje só tomei água e tenho fome.

A passagem do furacão Matthew gerou a maior crise humanitária no Haiti desde o terremoto de 2010, quando 250 mil pessoas morreram e a capital, Porto Príncipe, foi parcialmente destruída. O número de vítimas da tragédia da última terça ? quando ventos e inundações açoitaram várias regiões por mais de dez horas ? já se aproxima de mil, e pelo menos 350 mil pessoas ficaram desabrigadas ou necessitando de algum tipo de ajuda.