Economia

Governo espera dobrar taxa de recuperação de empresas com nova Lei de Falências

A nova legislação tenta acelerar o processo de recuperação judicial no País

Governo espera dobrar taxa de recuperação de empresas com nova Lei de Falências

Brasília – O governo federal espera dobrar a taxa de normalização das empresas em recuperação judicial num período de quatro anos, após a aprovação da nova Lei das Falências. O projeto foi sancionado, com vetos, pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. A nova legislação tenta acelerar o processo de recuperação judicial no País.

“Melhorar a nossa recuperação hoje em 100% em menos de quatro anos é uma meta factível. Tem alta probabilidade de ser realizada”, disse o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, ao comentar o assunto ontem.

O secretário afirmou que a nova lei é a “mais importante” reforma microeconômica dos últimos anos e deve melhorar “substancialmente” a capacidade de recuperação de créditos pelas empresas.

A recuperação judicial pode ser acessada por uma empresa que não tem mais capacidade de honrar seus pagamentos. Nessa situação, ela entra na Justiça com o pedido de recuperação e, se for aceito, o negócio fica protegido por um período contra a execução de suas dívidas. Com isso, ganha tempo para apresentar um plano de reestruturação e negociar seus débitos com credores.

Uma das principais mudanças da nova lei é no pagamento das dívidas com o governo. Na legislação sancionada, as empresas poderão dividir o pagamento de créditos inscritos na dívida ativa em até dez anos. Além disso, o governo poderá perdoar até 70% do montante a receber.

A taxa de recuperação das empresas no Brasil está em nível muito abaixo se comparada aos países da América Latina, de acordo com o Ministério da Economia. O relatório Doing Business, do Banco Mundial, calcula que o percentual do País está em 12,7%, enquanto as nações da América Latina estão em 30,8%.

O secretário também disse que o processo deve ser mais rápido. O tempo médio de recuperação de crédito está “estagnado” em quatro anos, segundo ele, contra 2,9 anos da América Latina.

Segundo Waldery, a lei recém-aprovada reduzirá o processo de falência para 70% ou 75% do tempo atual. Além disso, a expectativa é de que a quantidade de empresas recuperadas seja maior.