Economia

Balança comercial tem pior desempenho desde 2016

Pelo critério da média diária, que divide o saldo total pelo número de dias úteis, o crescimento somou 7,1%

Balança comercial tem pior desempenho desde 2016

São Paulo – A queda das importações em ritmo maior que o recuo das exportações fez a balança comercial encerrar 2020 com superávit maior do que em 2019. No ano passado, o Brasil exportou US$ 50,235 bilhões a mais do que importou, alta de 4,6% em relação ao superávit observado em 2019. Pelo critério da média diária, que divide o saldo total pelo número de dias úteis, o crescimento somou 7,1%.

O superávit cresceu pela primeira vez depois de dois anos seguidos de queda. Em 2017, o indicador bateu recorde, atingindo US$ 66,989 bilhões. Depois disso, o superávit caiu para US$ 58,033 bilhões em 2018 e US$ 48,035 bilhões em 2019.

Contudo, o resultado de 2020 é fruto da queda acentuada das exportações e das importações. Para se ter ideia, as exportações caíram 6,1% na comparação com o ano anterior, quando foram enviados US$ 225,383 bilhões para fora do País, e queda de 9,7% nas importações, que totalizaram US$ 177,347 bilhões em 2019.

Por causa da pandemia da covid-19, o Brasil passou a exportar menos à medida que o consumo mundial caiu. Em contrapartida, o País também passou a comprar menos do exterior por causa da alta de quase 30% do dólar no ano passado.

Esse foi o pior desempenho nacional desde 2016, quando o País exportou US$ 185,232 bilhões e importou, US$ 137,585 bilhões.

Dezembro

O superávit da balança comercial poderia ter sido maior não fosse o desempenho de dezembro. No mês passado, o Brasil registrou saldo negativo, importando US$ 800,7 milhões a mais do que exportando.

O recuo das exportações em dezembro foi puxado pela agropecuária, cujas vendas para o exterior caíram 19,1% no mês passado em relação ao mesmo mês de 2019. Isso se deve à antecipação de embarques de diversos produtos, como soja (-91%) e arroz com casca ou bruto (-99,5%). Como as vendas se concentraram até novembro, os embarques caíram no mês seguinte.

As exportações da indústria extrativa encolheram 10,3% em dezembro, puxada por minérios de metais preciosos (-45,2%) e por óleos brutos de petróleo (-62,8%). Somente as exportações da indústria de transformação cresceram no mês passado, tendo subido 5,4% na comparação com dezembro de 2019. As principais altas foram registradas no açúcar processado, com aumento de 116,64%, no ouro processado (+61,5%) e nos combustíveis (+25,9%).