O ministro da Educação, Abraham Weintraub, critica o modelo atual do Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira) e sugere que o exame seja feito em duas etapas e custeado pelo requerente da revalidação. Atualmente, ele é custeado apenas pelo Estado.
“Hoje, no formato que ele está, é muito caro. Estamos falando de R$ 6 mil a R$ 10 mil por pessoa. A minha sugestão: quem vai pagar o exame é o estudante. Ele faz um primeiro exame básico, só de questões, nada de prático. Porque fica barato. Passou, aí, sim, tem o exame técnico, que precisa de laboratório, de banca etc, para ver se esse aluno tem condições de ser médico.”
Segundo o ministro, o Estado não pode mais pagar pelo exame, que verifica se o estudante adquiriu em faculdade estrangeira conhecimentos condizentes com o que é ensinado em instituições nacionais. “O Estado brasileiro quebrou. E o Estado não tem mais condições de fazer cortesia com o chapéu dos outros.”
Weintraub mencionou também as faculdades de medicina localizadas em países vizinhos, questionando sua qualidade, especificamente instituições na Bolívia e no Paraguai. Ele destacou o crescente número de pessoas que desejam ser médicas, mas se deparam com faculdades públicas muito disputadas e faculdades particulares muito caras e, por isso, “optam por fazer na fronteira faculdades a um custo muito baixo”.
Para o ministro, o brasileiro precisa aceitar que nem todos têm condições de ser médicos. “Eu tenho dificuldade e, como nação, nós brasileiros, [temos dificuldade] em lidar com a realidade: nem todo o mundo pode ser médico. Ser médico é caro. Quem vai pagar? Quem tenta um caminho mais barato, vai na fronteira e tenta um Revalida. […] Não tem dinheiro para fazer isso.”