Economia

BC aponta cautela para novos cortes na Selic e fala em risco para o sistema financeiro

O BC informou que, em sua visão, o País já estaria próximo do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam gerar instabilidade nos preços de ativos

Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967
Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967

Brasília – O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) avaliou que, se houver espaço para um novo corte na taxa básica de juros, a Selic, ele “deve ser pequeno”, segundo ata publicada nessa terça-feira (11) da última reunião do grupo, quando a taxa básica de juros caiu para 2% ao ano, o menor patamar da história.

O BC informou que, em sua visão, o País já estaria próximo do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam gerar instabilidade nos preços de ativos (alta do dólar, por exemplo). Assim, a instituição indicou cautela sobre a possibilidade de novos cortes. “O Comitê concluiu que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais. Para tal, se necessárias, novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e a inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas”, informou a instituição.

O mercado financeiro estima que a taxa básica de juros permaneça no atual patamar de 2% ao ano até setembro do ano que vem, quando voltaria a subir, terminando 2021 em 3% ao ano.

A ata detalha que o Copom debateu os principais componentes do custo de crédito e dos custos operacionais dos bancos. O BC alerta que, devido ao histórico de Selic elevada nas últimas décadas, a taxa atual pode comprometer o desempenho de alguns mercado e setores, com impacto sobre a intermediação financeira.

Esse risco existiria, ponderou o Copom, ainda que o sistema financeiro tenha apresentado resiliência nos testes de estresse realizados pelo BC.

“O Comitê refletiu que um ambiente com juros baixos sem precedentes pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar, sem o devido tempo necessário de transição para um novo ambiente, o bom funcionamento e a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais”, completou a ata.