RIO – No fim de janeiro, o novo presidente dos EUA, Donald Trump, promoveu mudanças nas leis de imigração que atingiram principalmente imigrantes e refugiados de origem árabe ? algumas estão sub judice. Mas, entre elas, há as que terão efeito sobre brasileiros que precisam renovar o visto de não-imigrante ou tirar o documento pela primeira vez.
O ato revoga a isenção de entrevista para os vistos (de turismo, entre outras categorias) que passaram da validade há mais de 12 meses. Antes, era possível renovar o documento, sem precisar de entrevista, desde que vencido há, no máximo, quatro anos. Além disso, têm de fazer a entrevista brasileiros que solicitam o visto pela primeira vez e são maiores de 14 anos e têm menos de 79 anos. Antes, estavam isentos desta etapa, menores de 15 anos e os que tinham mais de 66.
Além disso, mesmo sob as regras antigas, brasileiros já vinham tendo dificuldades para obter o documento. A taxa de recusa de vistos dos EUA triplicou do ano fiscal 2015/2016 sobre o período anterior: 16,7% dos pedidos foram recusados contra 5,3% de 2014/2015. Para os que vão enfrentar a entrevista pela primeira vez, as recomendações da advogada Ingrid Baracchini, especialista em imigração, é que se fique atento ao preenchimento dos formulários:
? Muita gente acredita que não precisa ser muito preciso nas informações, pois pode mostrar documentos e esclarecer dúvidas na hora da entrevista. Mas os agentes têm pouco tempo para cada pessoa, então, quanto mais informações forem fornecidas nos formulários, menos dúvidas e desconfianças eles terão.
Para a especialista, a maior parte dos vistos recusados é por preenchimento incompleto, ou errado, dos formulários. De qualquer jeito, é importante levar documentos que comprovem vínculos com o Brasil e, com isso, o objetivo de retornar ao país. Os principais são comprovantes de renda ? que mostram que o solicitante tem condições financeiras para bancar a viagem por conta própria ? e até aspectos do cotidiano:
? Se chegar ao ponto de pedir documentação na entrevista, o solicitante precisa estar preparado com tudo em mãos. Até filiação a clubes conta. O importante é mostrar que não pretende ficar nos EUA. Com as novas regras, a tendência é que a fiscalização seja ainda mais rígida e exigente, e nada vai passar batido.
Durante a entrevista, diz a especialista, o candidato deve responder a todas as perguntas objetivamente, nunca mentir, nem omitir informações.
? Para evitar a recusa, é importante levar outros documentos, além dos oficiais, para comprovar vínculos financeiros e afetivos com o Brasil, como carteira de trabalho, contrato de residência (aluguel ou compra) e passagem de volta, se já houver. Além, é claro, de meios financeiros para custear a viagem, como extrato bancário e declaração do IR.
Dicas para a entrevista
Antes. O mais importante, segundo especialistas, é, antes mesmo da entrevista, preencher os formulários com dados corretos e o máximo de informações possíveis. Isso ajuda no contato com os agentes, que têm pouco tempo para analisar cada caso e pedir esclarecimentos. Importante levar documentação que comprove 1) meios financeiros para pagar a viagem e 2) a intenção de voltar ao Brasil ? no caso, vínculos com o país, como emprego e família.
Durante. Não omita informações (e tente responder a todas as perguntas), sempre munido de documentação, caso precise comprová-las.
Mudanças. As novas regras para a entrevista já estão em vigor. Outras informações sobre elas podem ser encontradas no br.usembassy.gov.