Cotidiano

Rússia anuncia envio de porta-aviões com dezenas de aeronaves militares à Síria

MOSCOU ? A Rússia anunciou nesta quarta-feira que enviará um porta-aviões à costa mediterrânea na Síria, segundo a agência estatal de notícias. Segundo o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, o navio levará dezenas de aeronaves militares ao Leste do país assolado pela guerra, que já completa cinco anos. Enquanto isso, líderes políticos discutem esforços para o retorno do cessar-fogo sírio na sede da ONU em Nova York após o fim de uma frágil trégua na semana passada.

? Eu desafio todos a usar sua influência agora para restaurar o cessar das hostilidades, permitir a assistência humanitária onde for necessária e apoiar as Nações Unidas a traçar um caminho político para que os sírios negociem uma saída ao inferno em que estão presos ? apelou, nesta terça-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O interminável drama da guerra civil na Síria e dos milhões de refugiados do conflito dominou os discursos na abertura da 71ª Assembleia Geral da ONU, na segunda-feira, em Nova York. Os mais importantes líderes presentes subiram ao pódio para pedir uma solução à mais sangrenta das revoltas surgidas na Primavera Árabe, em 2011, que já deixou quase 300 mil mortos, um país devastado, e ainda não tem fim à vista.

A urgência do apelo na ONU foi aumentada com o fracasso do frágil cessar-fogo entre governo e rebeldes, interrompido no domingo, e a morte de civis e trabalhadores humanitários num comboio que levava ajuda a uma região sob severas privações.

Além disso, ataques aéreos realizados durante a noite desta quarta-feira por aviões de guerra sírios ou russos mataram quatro funcionários da área médica e ao menos nove combatentes rebeldes próximo a Aleppo, informou nesta quarta-feira o grupo monitor Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH). Após acusações dos Estados Unidos, a Rússia negou que tenha realizado o ataque.

Em sua última participação em assembleias da ONU como presidente dos EUA, Barack Obama defendeu uma solução diplomática para a guerra e o combate ao extremismo. Mais enfático, Ban Ki-moon acusou o governo sírio de matar a maior quantidade de civis durante os cinco anos do conflito, além de bombardear vizinhos e torturar sistematicamente milhares de presos. Mas lembrou que os patrocinadores poderosos que alimentam a máquina da guerra também ?têm sangue nas mãos?.