CIDADE DO VATICANO ? Papa Francisco descreveu como ?inimigos?, neste domingo, aqueles que ?falam mal de nós e nos caluniam?, ao mesmo tempo em que assegurou que ?a retaliação nunca leva à resolução de conflitos?. Por isso ele pediu para a população responder ?com o bem? a série de cartazes e de sátiras que surgiram espalhados pelas ruas da Cidade do Vaticano nas últimas semanas.
links papa? Quando falamos de inimigos devemos pensar também em nós mesmos, que podemos entrar em conflito com o nosso próximo, e, às vezes, com a nossa própria família ? disse o Papa durante o Angelus de domingo, da varanda do palácio Apostólico. ? Os inimigos são todos aqueles que falam mal de nós, que nos caluniam e nos fazem mal. E não é fácil de digerir isso. E estamos chamados a responder todos eles com o bem, que também tem as suas estratégias, inspirado pelo amor.
A fala foi considerada uma resposta implícita à série de críticas de setores conservadores que o pontífice recebeu nas últimas semanas.
.Durante sua mensagem na frente de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, Francisco recordou que ?já nos Evangelhos é claro que a lei do amor ultrapassa o de retaliação, que olho por olho e dente por dente?.
? Devemos distinguir entre justiça e vingança, que nunca é justa ? destacou ele antes de lamentar ?quanto inimizade no seio das famílias?. ? A retaliação nunca leva à resolução de conflitos.
Após começarem a aparecer no Vaticano, no início de fevereiro, cartazes anônimos e uma edição apócrifa do jornal oficial do Vaticano, ?L’Osservatore Romano?, com duros questionamentos sobre o papado de Francisco, os grupos críticos continuaram esta semana com firmes ofensivas contra o Papa com uma versão satírica de uma canção clássica de 1950.
Tanto a música quanto os cartazes denunciam uma suposta ?tirania? do pontífice e protestam contra sua atitude de conceder o perdão aos divorciados e às mulheres que fizeram aborto.
Em um vídeo com a paródia da canção divulgado no Youtube, os críticos perguntam: ?Quando estaremos livers desta tiraniacruel??.
Há duas semanas, os líderes das principais organizações pró-vida nos Estados Unidos ? que são contra a interrupção da gestação ? se reuniram com o Cardeal Raymond Burke, um dos quatro signatários de uma carta que causou polêmica ao questionar a legitimidade das ações do líder da Igreja Católica. A carta ficou sem resposta do Papa, o que enfureceu mais os críticos conservadores.