Cotidiano

Oeste espera produzir 3,7 mi toneladas de soja

Entre os municípios do Oeste, estima-se uma produção de 3,7 milhões de toneladas, um acréscimo de 6% comparado à safra anterior

Toledo – Com apenas 3% da área total paranaense de soja, que chega a 5.285.126 hectares, a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento já cria boas expectativas para a safra 2016/17. No Paraná, a oleaginosa deve render mais de 18,2 milhões de toneladas, número que é 11% maior do que a colheita passada, que atingiu 16,5 milhões de toneladas.

Entre os municípios do Oeste, estima-se uma produção de 3,7 milhões de toneladas, um acréscimo de 6% comparado à safra anterior. Para este ano, foram destinado 1.028.000 hectares para a cultura, praticamente a mesma quantidade passada. O que também subiu foi o rendimento da soja por hectare. Conforme o Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab, a região deve obter uma produtividade de 3.672 quilos por hectare, 6% a mais do que na safra 2015/16, quando o rendimento chegou a 3.456 kg/há. Os resultados no Oeste, se confirmados, podem superar a média estimada para o Estado, de 3.491 quilos por hectare.

Vazio sanitário

A nova janela de semeadura da soja iniciou no último dia 16 e segue até 31 de dezembro, uma novidade para esta safra. Ela inicia um dia após o encerramento do vazio sanitário, medida que proíbe o cultivo da oleaginosa durante 90 dias (15 de julho a 15 de setembro), com o intuito de evitar uma das mais severas doenças à cultura, a ferrugem asiática. Muitos produtores já plantam logo no início do período para dar espaço à cultura do milho em janeiro. É o caso do agricultor Flavio de Oliveira. “O plantio antecipado da soja é para ver se a gente consegue fazer um [plantio] de milho para janeiro, apostando nas previsões climáticas futuras, principalmente por conta do bom preço aplicado ao grão”, relata.

Em caso de descumprimento da regra, o agricultor é notificado e dependendo de algumas condicionantes e agravantes determinadas pela Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), pode receber um auto de infração. Conforme a fiscal de Defesa Agropecuária, Maria Celeste Marcondes, no Paraná 3.050 hectares foram notificados e 1 mil autuados. As fiscalizações passaram ainda por 40 quilômetros de estrada e ferrovias. Já no Oeste, foram 17 autos de infração – 10 no núcleo de Cascavel e 7 de Toledo. Entre os 20 municípios representados pela Seab de Toledo foram 102 fiscalizações e cinco notificações. Na regional de Cascavel o número não foi informado. Quem ainda assim manteve os focos da cultura na lavoura responde processo administrativo junto à Adapar, e pode ser multado. O valor varia de acordo com o tamanho da propriedade e outras atenuantes. “Percebemos que os produtores estão respeitando mais essa condição, estando conscientes das consequências”, diz o engenheiro agrônomo e fiscal da Adapar, Anderson Lemiska.

Ferrugem no Paraná

O Mapa da Soja, um portal da Embrapa que disponibiliza dados referentes à circulação da ferrugem asiática em todo o País já confirmou 27 casos da doença entre os estados de São Paulo, que lidera com 16 ocorrências, Paraná (8) e Mato Grosso (3). Das confirmações paranaenses, nenhuma é no Oeste, afetando lavouras das cidades de Tibagi, Tamarana, Carambeí, Teixeira Soares, Palmeira e Jaguariaíva.

Maria Celeste alerta para a previsão de um ano atípico, com expectativa de clima úmido e quente, propício para a proliferação do fungo Phakopsora pachyrhizie que transmite a doença à planta. “Por isso, é preciso respeitar as datas de semeadura para pelo menos tentar evitar o problema, que é muito grave”, diz.

A ferrugem asiática da soja é uma das doenças de maior importância da cultura na atualidade pelo grande potencial de perdas na produtividade.