BRASÍLIA – O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), definiu como “abuso” a realização de buscas pela Polícia Federal no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava-Jato. O ex-ministro Paulo Bernardo, casado com Gleisi, foi preso no local nesta quinta-feira. Cunha Lima afirma que somente o Supremo Tribunal Federa (STF) poderia ter determinado a busca no apartamento funcional da senadora, em Brasília, ainda que o marido morasse lá.
? As investigações tem nosso apoio. Contudo, é preciso coibir e ficar atentos a abusos, porque um juiz de primeira instância não tem jurisdição para determinar buscas na casa de uma senadora. Pode até se admitir nas propriedades privadas, mas em uma residência oficial, em um apartamento funcional do Senado, só quem poderia autorizar é o Supremo Tribunal Federal ? afirmou o tucano.
Ele afirmou que não é o momento de “tripudiar” sobre os adversários e justificou o fato de o assunto ter sido ignorado nos debates da comissão do impeachment.
? É um constrangimento. Por mais que o embate político seja duro, há uma família por trás. Não motivo para tripudiar. Temos que ter responsabilidade. Não é algo para soltar fogos. Tem um limite no embate, de respeito às pessoas. Apesar de políticos, somos gente, tem que ter um mínimo de compreensão com a dor alheia ? disse Cunha Lima.
O tucano, porém, rebateu a afirmação do petista Lindbergh Farias de que haveria uma motivação política. Ele ironizou o fato de o próprio Lindbergh argumentar que o impeachment seria uma forma de parar as investigações.
? Essas teorias conspiratórias só demonstram o deslocamento da realidade. O PT quer transformar essas investigações em chiclete, que escolhe que lado morde. Tem hora que é bacana, tem hora que não é. O trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal tem sido feito de forma competente ? afirmou Cunha Lima.