SÃO PAULO – A Justiça de São Paulo permitiu que Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por participar do assassinato dos pais, voltasse para o regime semiaberto. Ela havia regredido a sentença após informar endereço errado durante sua saída no Dia das Mães. Em sua decisão, a juíza Sueli Zeraik Armani afastou ?qualquer suposição de má-fé?.
Em maio, Suzane foi beneficiada, pela segunda vez, com saída temporária para o Dia das Mães, mas segundo reportagem exibida pelo programa ?Fantástico?, da TV Globo, ela não foi encontrada no endereço fornecido à Justiça. Ela estava num logradouro próximo, que pertence à família de seu noivo, Rogerio Olberg, de 37 anos.
No procedimento de apuração de infração disciplinar consta que Suzane se hospedou numa propriedade rural de uma família, como já havia feito antes, acreditando que o endereço já constava em seu salvo conduto. Diz ainda que a versão é corroborada pelas declarações de quem a hospedou, e que essa pessoa esclareceu que seu antigo endereço foi fornecido há três anos, ao se cadastrar no rol de visitas de sua irmã, uma detenta amiga de Suzane no presídio de Tremembé.
A juíza lembra ainda que Suzane foi prontamente localizada nos telefones fornecidos à Direção da Penitenciária de Tremembé. ?Se sua intenção fosse realmente burlar a vigilância ou descumprir condições estabelecidas para sua saída, certamente não teria permanecido no aludido sítio?, diz.
No documento, Sueli Zeraik afirma que ?é dever da Administração Penitenciária checar, em caso dúvida, qualquer informação transmitida por detentos, sobretudo quando implique em colocá-los novamente em contato direto com a sociedade?, e que ?se tal exigência tivesse sido oportunamente cumprida, a sentenciada certamente não teria sido acusada pela conduta faltosa?.
Por fim, a juíza absolve Suzane e determina sua recondução ao regime semiaberto.