Wired RIO – O conteúdo que produzimos nas nossas redes sociais forma um universo inteiro de imagens e memórias. E a instalação do Infinity Frame aberta ao público no Wired Festival Brasil possibilita aos visitantes visualizar isso numa experiência imersiva. O espaço tem chamado muita atenção de quem passa pelo evento que se encerra hoje no Armazém da Utopia, na Zona Portuária.
Para enxergar sua memória virtual por meio desse prisma, o vistante libera o acesso à sua conta no Instagram e entra num grande cubo preto, onde as imagens são projetadas em seu interior. A ferramenta analisa todas as fotos e cria uma projeção de um minuto com as imagens mais relevantes, junto a frases, palavras e hashtags que acompanham as fotografias. Tudo isso é exibido em telas refletidas por um jogo de espelhos, dando a impressão de formarem um túnel infinito.
– A instalação mostra aos visitantes como eles estão construindo suas vidas digitais – resume Lucas Werthein, co-fundador da empresa Black Egg, responsável pela criação. – Estamos vivendo uma situação em que as pessoas estão moldando suas personalidades nas redes sociais baseadas em muito egocentrismo. Então, a gente convida os visitantes a uma reflexão sobre isso, quando conseguimos levá-los a um mergulho na sua memória digital para que percebam como se encaixam nesta era do “aparentar ser”.
Segundo Werthein a experiência provoca reações variadas nos vistantes, como pessoas que choram ao ver fotos de uma pessoa querida que morreu ou relembram de um momento muito especial da vida. Além disso, de acordo com ele, quanto mais jovem o participante, mais evidenciada fica a relação com a instantaneidade dos momentos retratados.
PALESTRA
Durante a tarde, Werthein também ministrou uma palestra sobre o trabalho da Black Egg, empresa cujo mote é criar grandes experiências a partir de recursos tecnológicos. A instalação apresentada no evento é um exemplo, mas a companhia já alçou voos como montar uma tela gigante para uma apresentação da cantora Beyoncé na Assembleia Geral das Nações Unidas.
– Falamos sobre o design de experiência que tem atraído muito a atenção das marcas. Anunciar seus produtos de maneira convencional já não é mais o único caminho de divulgação. Elas querem inovar através de ações que sejam atreladas à memória do público. Buscam ações que unam momento, memória e produto. Então, a gente usa esses investimentos privados para criar novos experimentos – contou ele.
O Wired Festival Brasil é uma realização da Edições Globo Condé Nast e do jornal O GLOBO, apresentado pela Prefeitura do Rio e Rio Eventos, com patrocínio da Nextel e do Banco Original, apoio do Senai, C&A e Spotify, co curadoria da FLAGCX e produção da SRCOM. O evento acontece nesta sexta-feira e sábado no Armazém Utopia, na Zona Portuária do Rio.