Cotidiano

Família de ex-agente do FBI desaparecido processa o Irã

Missing American Iran

WASHINGTON ? A família de Robert Levinson, ex-agente do FBI que desapareceu no Irã há uma década durante uma missão não autorizada da CIA, abriu um processo numa corte federal americana contra a república islâmica, acusando o país de usar ?negativas frias, cínicas e falsas? para torturar o americano.

LINKS LEVINSON

A ação é movida anos depois de as últimas imagens e vídeos do agente de 69 anos aparecerem em e-mails, que os familiares dizem ter sido enviados pelo Irã. O processo descreve em detalhes ofertas feitas pelo governo iraniano para ?providenciar? a libertação de Levinson em troca de uma série de concessões do governo dos EUA, incluindo o retorno de um general da Guarda Revolucionária que desertou e fugiu para o Ocidente.

?O Irã tem, por muitos anos, estabelecido um padrão de apreensão e manutenção de reféns a fim de extrair concessões do país de origem do refém?, diz a ação, movida na última terça-feira, em Washington. ?A apreensão de Robert Levinson como parte deste padrão é refletida nas múltiplas tentativas realizadas pelo Irã em usar a prisão de Robert Levinson para extorquir concessões dos EUA?.

O Irã sempre negou envolvimento com o desaparecimento de Levinson. O processo busca reparação monetária, não especificada, do governo iraniano. A missão do país islâmico nas Nações Unidas não respondeu aos pedidos por comentário feitos pela Associated Press.

Levinson desapareceu na ilha iraniana de Kish em março de 2007, durante uma missão de coleta de informações não autorizada promovida pela CIA. Ex-agente do FBI, Levinson foi contratado para conduzir operações de espionagem. O caso se transformou num escândalo em 2013, após a Associated Press revelar que Levinson foi capturado durante uma missão não autorizada da CIA. Até então, ele era descrito como um cidadão americano desaparecido durante uma viagem de negócios.

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A família chegou a receber US$ 2,5 milhões da CIA para não revelar detalhes sobre o trabalho de Levinson. Quando o escândalo veio a tona, a agência de inteligência demitiu três analistas e aplicou sanções disciplinares em outros sete que estavam envolvidos na contratação não autorizada de Levinson.

De acordo com o processo, familiares e amigos de Levinson começaram a receber e-mails, supostamente enviados pelo governo iraniano, em agosto de 2007, mas os primeiros vídeos e imagens surgiram apenas em 2010. Uma mensagem em vídeo demandava pagamento de US$ 3 milhões e a libertação de determinadas pessoas. As autoridades iranianas também usaram um encontro com uma organização religiosa americana para pedir o adiamento da divulgação do programa nuclear do país em troca de Levinson.

?Nos últimos dez anos o governo iraniano manteve Robert Levinson em cativeiro enquanto negava ter qualquer conhecimento ou envolvimento na sua captura?, disse a ação. ?Para manter sua falsa história, Irã tem mantido Robert Levinson sem comunicação?.