BRASÍLIA ? O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse, nesta quarta-feira, que a meta fiscal de 2017 será um déficit primário superior a R$ 100 bilhões. O número estará no novo projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, que será enviado ao Congresso Nacional na próxima semana.
? Será acima de R$ 100 bilhões ? disse o ministro, acrescentando:
? A discussão está bem aprofundada. O cenário não é fácil, mas ainda não temos um número fechado ? completou Oliveira, ao deixar um seminário em Brasília.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a proposta será realista:
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? Nós estamos calculando cuidadosamente uma estimativa realista para o resultado primário de 2017 e deveremos apresentar isso no início da próxima semana ao Congresso. Estamos calculando severamente a realidade para o ano de 2017 e já estamos apresentando as medidas para reverter essa trajetória, como a proposta de emenda constitucional que limita os gastos públicos.
A equipe da presidente afastada Dilma Rousseff já havia enviado ao Legislativo uma proposta fixando o resultado primário de 2017 em zero, mas prevendo um abatimento com frustração de receitas e aumento de despesas que deixaria o número num déficit de R$ 65 bilhões. No entanto, a equipe do presidente interino Michel Temer vai trabalhar com um número pior. Como não quer usar bandas para acomodar flutuações de receitas, o governo já vai trabalhar de início com um rombo.
Segundo interlocutores do Ministério da Fazenda, a maior preocupação do ministro Henrique Meirelles é que o déficit previsto para 2017 não seja pior e nem igual ao de 2016, de R$ 170,5 bilhões. Isso, dizem os técnicos, provocaria uma piora nas expectativas do mercado. Os cálculos ainda estão sendo fechados, mas o déficit poderia ficar próximo de R$ 140 bilhões.
*Estagiário sob supervisão de Eliane Oliveira
