BRASÍLIA- Embora seja o terceiro com maior gasto público em educação (16,1%) e tenha aplicado 5,2% do PIB no setor em 2013, mesmo patamar da média dos mais de 40 países analisados em relatório da OCDE com dados disponíveis, o Brasil tem investimentos baixos por aluno do nível básico. educ
No ensino médio, apontado como o grande gargalo da educação brasileira, o investimento é de US$ 3.852 por estudante ao ano – o terceiro menor valor no ranking, perdendo apenas para Colômbia e Indonésia. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Brasil investe anualmente US$ 3.826 por aluno, valor acima do aplicado por apenas seis países.
Nos anos finais, somente três nações aplicaram menos que os US$ 3.802 investidos por aluno brasileiro. Os dados do Brasil consideram apenas os gastos públicos, enquanto na maior parte dos outros países os valores incluem investimentos privados em educação.
Para especialistas, porém, as limitações de comparabilidade das informações não são responsáveis por colocar o país na lanterna do gasto por aluno. O tamanho do PIB, em relação a países mais ricos, e a quantidade elevada de estudantes são alguns dos fatores que explicam o valor baixo per capita, em comparação com os demais países analisados.- Estamos assistindo a um avanço grande de investimento no Brasil. Mas não podemos esquecer que estamos num país imenso, com uma população jovem, que está em idade escolar, também grande – afirma Camila de Moraes, consultoras da OCDE.
O gasto público brasileiro por aluno do ensino superior e da pós-graduação, por outro lado, é elevado: US$ 13.540. Supera o valor desembolsado por 19 países entre 39 com dados disponíveis no relatório e equivale a mais de três vezes o que o Brasil gasta com o aluno de ensino médio, por exemplo. Maria Helena Guimarães de Castro, secretária-executiva do MEC, diz que todos os países acabam tendo gastos maiores por estudante da universidade em diante:
– Os salários dos professores nas universidades são mais elevados. Além disso, você tem que oferecer até mesmo cursos menos demandados. Nesse aspecto, difere da educação básica e traz mais custos por aluno.