BRASÍLIA – O afastamento de Renan Calheiros da Presidência do Senado deixou o Palácio do Planalto em clima de apreensão. O governo esperava finalizar a aprovação da PEC do teto de gastos dia 13, terça-feira da próxima semana. Com a queda de Renan, quem assume o comando do Senado interinamente é o petista Jorge Viana (AC).
Um interlocutor do presidente Michel Temer disse que a votação passou a ser “uma incógnita”. Para evitar que o projeto não seja pautado, Temer deverá pedir aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso, e Eunício OLiveira (PMDB-CE), líder do partido no Senado, que conversem com Viana para ver o que ele pretende fazer.
Temer ficou sabendo do afastamento de Renan após a reunião com líderes aliados para apresentar a reforma da Previdência.
Oficialmente, o governo está tratando com naturalidade a agenda de votações no Congresso. Jucá afirmou que, independentemente de quem estiver presidindo o Senado, a PEC do teto será votada porque há acordo dos líderes.
– O senador Jorge Viana é íntegro, trabalhador e comprometido com o país. Se o presidente Renan não presidir e ele assumir, não haverá diferença na condução. Temos um acordo assinado dos líderes, um calendário social. A palavra dos senadores foi dada no processo de votação para a sociedade. E isso vai ser mantido quem quer que esteja presidindo a sessão – afirmou Jucá.
Quanto ao projeto de abuso de autoridade, que seria pautado amanhã por Renan e virou alvo de novo conflito entre ele e Temer, não deverá ser votado.