LONDRES – A principal beneficiada se o Brexit forçar bancos a deixarem a City de Londres ? como é chamado o distrito financeiro da Inglaterra ? pode ser Nova York, que desbancaria Frankfurt e Paris na disputa para atrair essas instituições se a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) causar danos ao setor na capital britânica, segundo políticos e executivos da indústria.
O motivo é que a cidade americana, e não suas concorrentes europeias, é o local que rivaliza o tamanho dos mercados e também da expertise ou apelo regulatório de Londres. A Europa Continental vai ganhar algumas operações bancárias para satisfazer regras regionais e garantir acesso ao mercado em um horário favorável ? sem tanta preocupação com o fuso ?, mas a maior parte deve atravessar o Atlântico.
? Não há como existir na UE um centro com a infraestrutura ou infraestrutura regulatória para assumir o papel que Londres tem ? particularmente nos mercados de capital, segundo John Nelson, diretor do conselho do Lloyd?s de Londres afirmou em entrevista. ? Há apenas uma cidade no mundo que pode, e ela é Nova York.
Para muitos bancos de investimento do mundo, em Londres fica sua segunda maior sede. Se os ganhos de escala forem reduzidos por ter de transferir as atividades para o continente, as instituições financeiras podem reduzir ainda mais suas operações em Londres, mudando de lugar os funcionários capazes de desempenhar suas funções tão bem como hoje, mas em um local mais distante.
MUDANÇAS NO MERCADO FINANCEIRO
E mais vagas podem mudar de local se algumas atividades específicas buscarem um novo epicentro. O diretor executivo do London Stock Exchange Group, da Bolsa de Londres, Xavier Rolet disse que, se o Brexit deixar Londres sem a possibilidade de fazer liquidação de operações em euro, todo o negócio teria de migrar para a única grande cidade capaz de realizar essas operações em todas as 17 principais moedas do mundo: Nova York.
Um grande banco de Wall Street já começou a realocar seus funcionários do reino Unido e, provavelmente, vai acabar tirando da Europa muitos empregados não essenciais e levando-os para os EUA e a Ásia, disse um banqueiro sênior da instituição que pediu para não ter seu nome revelado.