Cotidiano

Meta proposta em Acordo de Paris é insuficiente, dizem cientistas

2012 557334000-mais navio_20121002.jpgRIO ? Um grupo de cientistas de alto nível diz que líderes mundiais devem parar de se parabenizar pelo acordo de combate às mudanças climáticas, debatido em Paris, porque se não for feito mais do que o previsto, as temperaturas globais vão alcançar níveis perigosos de aquecimento em cerca de 35 anos.

Seis cientistas que foram líderes na última conferência internacional do clima aderiram ao Fundo Ecológico Universal na Argentina, cujo relatório foi divulgado nesta quinta-feira, dizendo que mesmo que mais cortes dos gases do efeito estufa não sejam acordados logo, o mundo vai aquecer aproximadamente 1.8 graus Fahrenheit (1ºC) por volta de 2050.

Esta marca é crucial porque, em 2009, líderes mundiais concordaram que queriam evitar um aquecimento de 2ºC (3.6ºF), sendo que o objetivo de 2 graus é para prevenir um novo aumento adiante. Ao examinar os cortes na poluição carbônica prometidos por 190 nações no acordo feito em Paris, em dezembro do ano passado, os cientistas disseram que são simplesmente insuficientes. ?As promessas não chegarão nem perto?, disse o autor do relatório, o cientista Robert Watson, professor da Universidade Anglia do Leste. Se a poluição continuar com os mesmos cortes prometidos, a Terra vai certamente alcançar a marca em 2050, Watson e equipe calcularam, ecoando o que outros pesquisadores descobriram. Eles disseram que com alguns cortes mais, o nível de perigo pode ser adiado em 20 anos.

Em Paris, os países também incluíram uma segunda meta mais radical para controlar o aquecimento de outros 0.9ºF (0,5ºC), como aspiração. ?Não há esperança de estabilizarmo-nos? nessa temperatura porque o dióxido de carbono na atmosfera já compromete o mundo a bater essa marca?, disse Watson. Ele acrescentou que, há poucas semanas, estava em Washington, durante um evento com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, e Al Gore celebrando o acordo como uma vitória.

O perigo da marca dos 2ºC é contínuo, com efeitos alarmantes já sentidos agora em níveis mais baixos, Watson acrescentou, frisando que ?conforme suba mais e mais acima de 2º, os efeitos negativos serão mais e mais evidentes, mais e mais severos?.