BRASÍLIA – O mercado financeiro melhorou suas estimativas para o comportamento das contas públicas em 2016 e 2017. Isso é o que mostra a pesquisa Prisma ? realizada pelo Ministério da Fazenda com as principais consultorias e instituições financeiras do país ? relativa a outubro. Segundo o levantamento, os analistas esperam que o governo central (composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) termine este ano com um déficit primário de R$ 159,518 bilhões. Na pesquisa do mês anterior, o rombo esperado era maior: R$ 159,883 bilhões.
Entre os fatores que ajudaram a melhorar o número está a arrecadação obtida pelo governo com o programa de repatriação. Em outubro, os cofres públicos receberam uma injeção de R$ 46,8 bilhões. Uma parte desse montante vai ser repassada a estados e municípios. De acordo com o Prisma de outubro, a estimativa de arrecadação para 2016 subiu R$ 19 bilhões, de R$ 1,269 trilhão para R$ 1,288 trilhão.
A meta fiscal do governo central para 2016 é de um déficit primário de R$ 170,5 bilhões, ou 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Para o setor público consolidado (que inclui governo central, estados, municípios e estatais) o rombo é de R$ 163,9 bilhões, ou 2,6% do PIB. No entanto, com a ajuda da repatriação, a equipe econômica espera que o resultado seja melhor que o esperado.
Para 2017, a estimativa do mercado é de um resultado fiscal negativo de R$ 144,771 bilhões. No Prisma de setembro, o valor era de R$ 145,387 bilhões. Embora tenha mostrado mais otimismo, o número ainda aponta um rombo maior que a meta fixada pelo governo para o ano que vem: R$ 139 bilhões, ou 2% do PIB. A arrecadação estimada para o ano que vem melhorou R$ 2 bilhões, passando de R$ 1,354 trilhão para R$ 1,356 trilhão.
Para os analistas, a dívida bruta do governo (principal indicador de solvência observado pelo mercado financeiro) deve encerrar 2016 em 73,20% do PIB. Na pesquisa de setembro, esse número era de 73,5% do PIB. Para 2017, segundo os analistas, o valor deve bater em 78,22% do PIB.