Cascavel – Assim como todo começo de ano, o movimento nas livrarias e papelarias começa a aumentar com pais em busca dos materiais escolares para a volta às aulas. No ano passado, como as aulas iniciaram em sistema remoto, o movimento não foi tão bom, mas este ano, com a confirmação do retorno presencial, a procura aumentou e a expectativa é que fique ainda maior até o início do ano letivo, 7 de fevereiro, na maioria das instituições escolares.
Eduardo Schuster, gerente de uma livraria em Cascavel, disse que 2022 já começou bem melhor do que no ano passado e acredita que o movimento não está ainda maior devido a onda da nova variante da Covid-19, a Ômicron, mas que até o começo das aulas deve se intensificar. Segundo ele, na maioria dos anos o primeiro público que faz as compras são os pais da rede particular que procuram antes os materiais, depois são os da rede estadual e municipal.
“No ano passado fomos afetados pela a pandemia, tanto que as aulas não foram presenciais e a venda foi menor. Mas este ano, deve seguir o mesmo fluxo do começo de 2019”, disse o gerente. Sobre os materiais escolares, ele disse que as opções seguem o mesmo padrão do ano passado, mas com algumas novidades no setor, a tecnologia que chegou as livrarias.
Eduardo apresentou a reportagem do Jornal O Paraná alguns dos novos materiais, entre eles, uma tesoura feita totalmente de plástico, que é ideal para crianças menores, lápis que não usa mais madeira na sua composição e uma caneta marca texto que apaga. Além disso, ainda tem uma variedade de canetas diferentes, algumas com a ponta de aço e cada vez mais a linha de produtos menos tóxicos ganham a preferência dos clientes.
PREÇOS
No começo do ano a ABFIAE (Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares), anunciou que o aumento dos materiais escolares poderia chegar a 30%, acompanhando a inflação e a alta do dólar. De acordo com entidade, as indústrias e os importadores estão sofrendo um grande aumento de custos da matéria-prima.
O gerente da livraria confirmou o aumento de preços, mas reforçou que, o reajuste incidiu principalmente em materiais a base de plástico, já em outros produtos o preço varia muito. Por exemplo, um caderno que tem na capa um desenho como da Marvel, o fabricante acaba cobrando pela a capa diferente porque precisa pagar pelo uso da marca, mas a qualidade do material acaba sendo muito parecida com as outras, mas a estampa diferenciada eleva o preço do produto. “Por isso, é sempre importante fazer uma pesquisa de preços antes de finalizar as compras”, ressaltou Eduardo.
Alini de Lima, dona de casa e administradora, levou a filha Lis de Lima, de apenas 4 anos, junto para fazer a compra dos materiais escolares. Lis estava bastante contente e disse que a “mamãe” poderia dar entrevista. Alini tem mais dois filhos e contou que aproveita o momento das compras dos materiais para sair com os filhos, um de cada vez, para escolher o seu material do ano. “Ano passado acabamos não tendo esse contato, mas este ano está sendo bem legal sair com ela, um momento para ela participar”, disse a Alini.
OAB e Provopar fazem arrecadação
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), subseção de Cascavel, começou esta semana uma campanha de arrecadação de materiais escolares que serão separados e entregues para um projeto chamado “Formando Cidadão” que é realizado nos bairros Interlagos e Brasmadeira de Cascavel. A campanha será realizada até o começo das aulas da rede municipal, dia 7 de fevereiro, e quem quiser doar pode deixar o material na sede da OAB que fica na Avenida Assunção, 668, no Bairro Alto Alegre ou ainda deixar em escritórios de advogados que repassam a entidade.
Provopar
Néia Alberton que é coordenadora do Provopar explicou que a entidade recebe o ano inteiro doações de materiais escolares, mas que a procura maior por doações sempre ocorre no começo do ano. Segundo ela, este ano as doações ainda estão “tímidas”, mas a procura já está grande desde o fim do ano passado. O Provopar atende mais de seis mil famílias em situação pobreza e extrema pobreza. “Tem muitas famílias que não têm condições financeiras de comprar. População pode estar ajudando e trazendo aqui na sede os materiais escolares. Fazemos a triagem e montamos kits”, relatou Néia.
O Provopar recebe todos os tipos de doações desde alimentos, roupa, calçados e brinquedos para o bazar social para ajudar quem precisa. “Para nós nunca é demais, trazendo o material aqui no decorrer do ano ele será entregue para quem precisa. Nos anos anteriores a média no começo do ano é de pelo menos dois mil kits, inclusive com bolsas escolares”, finalizou Néia.
O Provopar funciona na Rua Martin Afonso de Souza, 550, bairro Pacaembu.