Foi realizada com sucesso, em Cascavel (PR), uma cirurgia de alta complexidade para tratamento de câncer de pâncreas. A rotineira realização de procedimentos dessa envergadura consolida os cirurgiões de Cascavel como referência no Paraná. O destaque está relacionado com a relevância do procedimento, conhecido no meio médico como gastroduodenopancreatectomia.
A paciente, de 62 anos, com obesidade grau 1 e hipertensa, diagnosticou o câncer após apresentar icterícia (amarelão) intermitente, além de urina escura e fezes com perda de cor há cerca de 40 dias. Após realizar exames de imagem, verificou-se a existência de um tumor num local chamado de “papila de Vater” (ducto pancreático). Com o auxílio de uma endoscopia digestiva alta, ocorreu a biopsia que confirmou o câncer.
A decisão de realizar a cirurgia ocorreu após exames de estadiamento (rastreio para ver se a doença comprometia outros órgãos). “Pelas imagens e pelo grau da doença, a cirurgia minimamente invasiva (por videolaroscopia) se apresentou como excelente opção, pois – além do menor trauma cirúrgico e maior visualização das estruturas – temos vantagens no sangramento, dias de internamento, menor uso de analgésicos fortes e na qualidade de vida como um todo”, explica a cirurgiã oncológica, doutora Tariane Foiato.
A preparação da paciente foi realizada de forma aprofundada muitos dias antes da execução do procedimento cirúrgico em si. “Tivemos uma preocupação com a parte nutricional, indicando uma dieta que auxilia na melhor cicatrização e permite uma recuperação acelerada. Também tivemos preocupação com a trombose venosa profunda, e utilizamos recursos como o uso de botas pneumáticas, que simulam como se o paciente estivesse andando durante a cirurgia”, exemplifica a médica do CEONC, destacando que muitas outras ações preventivas e de preparo foram adotadas.
A cirurgia ocorreu no dia 31/01. Além da doutora Tariane Foiato, também participou do procedimento o doutor Bruno Kunz Bereza. A equipe foi composta ainda por mais cinco pessoas, contando anestesistas e enfermeiros. Foram aproximadamente 07 horas no centro cirúrgico. Materiais especiais da videolaroscopia foram utilizados, os quais permitem segurança, controle do sangramento e mais precisão. Grampeadores especiais também estavam no arsenal para permitir maior agilidade nas reconexões. Dispositivos para os vasos sanguíneos de grossos calibres foram utilizados para permitir segurança no quesito sangramento.
“Retiramos parte do estômago, o duodeno, a cabeça do pâncreas e linfonodos da região. Após tudo isso, tivemos a etapa da reconstrução das vias alimentar e digestória. Tudo isso exige muito preparo, calma, concentração e habilidades”, comenta a médica Tariane. Só para se ter uma ideia do nível de profissionalismo envolvido a equipe tem por rotina filmar os tempos cirúrgicos e fazer revisões constantes dos movimentos e da anatomia.
“A equipe da cirurgia minimamente invasiva do CEONC está a cada ano entregando melhores resultados e desfechos nos pós-operatórios. O treinamento contínuo e as reuniões da equipe permitem esse aprimoramento. A linguagem tem que ser uma e o objetivo maior é o bem-estar do paciente”, destaca a cirurgiã oncológica, doutora Tariane Foiato.
Sobre o câncer de pâncreas
O tratamento a ser realizado depende do laudo histopatológico (o tipo de tumor), da avaliação clínica do paciente e dos exames, laboratoriais e de estadiamento. A cirurgia, o método capaz de oferecer chance curativa, só é possível em uma parcela dos casos, pois na maioria das vezes, é feito um diagnóstico tardio. Nos casos em que a cirurgia curativa não seja possível, a radio e a quimioterapia são as formas de tratamento, associadas a procedimentos cirúrgicos menores que permitem a melhora do “amarelão” para minimizar os efeitos da doença.
São sintomas: Fraqueza, Perda de peso e apetite sem razão óbvia, Dor abdominal, Escurecimento da urina
Icterícia, Náuseas e Dores nas costas.
Assessoria