As medidas restritivas adotadas em março para evitar a disseminação acelerada do coronavírus em Foz do Iguaçu se refletiram em uma considerável diminuição de casos e óbitos registrados no mês de abril. De acordo com o levantamento feito pela Divisão de Vigilância Epidemiológica, houve uma redução de 76% na média móvel de casos, saindo do momento mais crítico da pandemia, com 300 casos diários, para cerca de 70 casos diários.
Em março, a Prefeitura de Foz do Iguaçu estabeleceu, por meio de decretos municipais e fiscalização rígida, importantes ações para a contenção de casos, como o lockdown das 18h de sábado às 5h de segunda-feira, durante três finais de semana seguidos. Durante a semana, houve toque de recolher às 20h e restrição de 30% da capacidade de público nos estabelecimentos comerciais.
“Foi imprescindível adotar todas essas medidas para segurar uma escalada preocupante dos casos de coronavírus em Foz do Iguaçu. A saída que encontramos rendeu bons resultados, mas que ainda não significam que a pandemia está controlada. Precisamos manter os cuidados e nos proteger para que, em um futuro muito próximo, tenhamos essa pandemia por vencida”, afirmou o prefeito Chico Brasileiro.
Casos ativos e óbitos
Os casos ativos em março, com pacientes somando 10 dias do início dos sintomas, chegaram a ultrapassar os dois mil, com redução lenta no decorrer das semanas. A partir do início de abril, o total de casos ativos manteve a média de 500 casos, com um grau estável.
Em relação aos óbitos, em abril foram registradas 118 mortes em decorrência da covid-19, ante a 235 em março – uma redução de 49%. Contudo, registrou-se um alto grau de letalidade em uma faixa etária mais jovem, principalmente dos 50 a 59 anos, com 31% das mortes e 30,4% de internamentos.
Casos aumentam em mais jovens
Por sua vez, o número de casos confirmados teve uma redução ainda maior na faixa etária, sendo a maior parte deles pessoas de 30 a 39 anos, com 21,9%; seguidos por 20 a 29 anos, com 19,6%, e 40 a 49 anos, com 18,1%.
O gerente da Vigilância Epidemiológica, Roberto Doldan, atenta para esse índice elevado de infecção em uma população mais jovem. Entre as hipóteses tratadas, está a circulação da nova variante P1 da covid-19 no município.
“Por ser ainda mais forte, a variante agrava os casos e ataca pessoas que não apresentam comorbidades. Por esse motivo não podemos diminuir os cuidados e nem acreditar que a doença está controlada. Estamos acompanhando toda a evolução da pandemia e estudando as mudanças de cenário”, afirmou.
Doldan ainda ressalta que a nova variante também pode ter reflexo no total de internamentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal, que ainda não sofreu redução. A ocupação da UTI se manteve acima dos 90%, apesar de a ocupação total dos leitos de UTI em Foz do Iguaçu estar em 74%, somado aos leitos dos demais hospitais da cidade.
Comitê de Crise
Todas as informações sobre a situação epidemiológica de Foz do Iguaçu são apresentadas semanalmente ao Comitê de Crise para Enfrentamento da Covid-19, para a definição de estratégias em relação à pandemia.
“Ainda há muito para se estudar e entender sobre o vírus, entretanto, vemos que as medidas tomadas foram fundamentais para a redução de casos, mas não para o fim. Precisamos ressaltar que ainda estamos em uma pandemia, com especialistas fazendo o possível para que a doença seja controlada, mas precisamos do apoio de toda a população”, alertou a secretária de Saúde, Rosa Jeronymo.
Foto: Christian Rizzi/PMFI