São Paulo – O uso de hidroxicloroquina, associada ou não à azitromicina, não trouxe benefício ao tratamento de pacientes com quadros leves a moderados de covid-19, mostra estudo inédito do grupo Coalizão Covid-19 Brasil. Ao contrário: além de ineficientes na melhoria do estado de saúde dos participantes, os medicamentos provocaram efeitos cardíacos e hepáticos adversos.
A pesquisa teve a participação de 55 hospitais públicos e privados de ponta do País, e os resultados foram publicados nessa quinta-feira no prestigiado periódico científico “New England Journal of Medicine”.
Médicos e pesquisadores brasileiros acompanharam 667 pacientes de hospitais em diferentes regiões do início da pandemia no País, em março, até junho. O critério para integrar o estudo, chamado de Coalizão I, era que fossem pacientes admitidos há menos de 48 horas nos hospitais e dentro dos primeiros sete dias de apresentação de sintomas. Foram analisados apenas casos leves a moderados, quer dizer, pessoas internadas mas sem necessidade de oxigênio, ou que precisavam de, no máximo, quatro litros por minuto de oxigênio suplementar. A média de idade era de 50 anos.
“Não constatamos nenhum efeito benéfico, nem com a hidroxicloroquina sozinha nem junto com a azitromicina”, disse Regis Goulart Rosa, membro do Comitê Científico da Coalizão Covid Brasil e médico intensivista do Hospital Moinhos de Vento, que participou do estudo.