São Paulo – O Instituto Butantan pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar os testes clínicos da Butanvac, nova vacina contra a covid-19. Dimas Covas, presidente do instituto, disse que, se tudo correr bem nos testes, o instituto começará a produzir a vacina em larga escala em maio, iniciando a aplicação na população em julho. O objetivo é fabricar 40 milhões de doses até o fim do ano.
A técnica usada pela Butanvac é a mesma empregada na produção da vacina da gripe, que já é feita no Butantan. A vacina é produzida em ovos de galinha e o País não dependerá de insumos importados para a sua produção. Dentre as vantagens dessa tecnologia, Dimas Covas destacou o baixo preço e a segurança. O presidente do Butantan disse que nenhuma outra vacina contra a covid-19 utiliza essa técnica. O lote piloto, que será usado nos ensaios clínicos, já está pronto. “É um momento de profunda esperança para todos nós. Dia 26 de março é o dia da esperança”, disse o governador de São Paulo, João Doria, em coletiva de imprensa.
O instituto tem capacidade para produzir 100 milhões de doses da Butanvac por ano, afirmou Covas. A prioridade de compra é do Ministério da Saúde, mas o excedente poderá ser vendido ao governo de São Paulo ou exportado para outros países. O compromisso do Butantan é fornecer a vacina para países de baixa e média renda. Vietnã e Tailândia estão ao lado do Brasil no consórcio internacional para a produção da Butanvac.
Desenvolvimento
Covas falou que o desenvolvimento da vacina começou há um ano. “De lá para cá, foi uma luta intensa de toda a equipe”, disse. Ele adiantou que os resultados dos testes pré-clínicos se mostraram extremamente promissores. A vacina foi enviada à Índia para ser testada em animais e, segundo o Butantan, teve resultados “excelentes”. Já os testes clínicos de fase 1 e 2 devem começar em abril e durar de 45 a 75 dias.
Outra vacina nacional
O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, disse nessa sexta-feira (26) que uma candidata a vacina contra a covid-19 apoiada pelo governo federal solicitou na quinta autorização para testes em voluntários.
Pontes afirmou que o governo federal apoiou 15 protocolos de pesquisa de vacina contra a covid-19 e uma delas, desenvolvida em Ribeirão Preto (SP), está em estágio mais avançado. “Três dessas vacinas avançaram nos pré-testes e agora elas estão entrando na fase dos testes clínicos. (…) Uma dessas vacinas já tem o protocolo registrado na Anvisa para testes clínicos”, disse Pontes, que exibiu uma folha de papel para comprovar o pedido.
Segundo Pontes, os desenvolvedores da vacina começaram em 13 de fevereiro a enviar documentos para a Anvisa e, às 13h23 da quinta-feira (25), pediram autorização para testes clínicos fases 1 e 2.