Saúde

Butantan diz que Coronavac age contra variantes de Manaus

Um número maior de amostras está em análise, segundo o instituto

Paraná imunizado, chegada das vacinas no Cemepar
Coronavac
Foto: Gilson Abreu/AEN
18.01.2021
Paraná imunizado, chegada das vacinas no Cemepar Coronavac Foto: Gilson Abreu/AEN 18.01.2021

São Paulo – O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nessa quarta-feira (10) que um estudo preliminar feito pela instituição em parceria com a USP (Universidade de São Paulo) apontou que a vacina Coronavac é eficiente na prevenção das variantes primeiramente identificadas no Brasil do novo coronavírus, chamadas P2 e P1, a segunda com origem identificada em Manaus e é a que assola o Paraná. Ambas, especialmente a segunda, são associadas a um aumento na transmissão e na gravidade dos casos na segunda onda da pandemia no País.

O estudo colheu amostras de 35 participantes vacinados. Um número maior de amostras está em análise, segundo o instituto. “Os resultados completos serão divulgados posteriormente”, apontou em comunicado, que não trouxe mais detalhes sobre a pesquisa.

“Já sabíamos que os anticorpos produzidos pela vacina do Butantan já tinham eficiência contras as variantes do Reino Unido e da África do Sul”, comentou Covas durante coletiva de imprensa ontem, no Palácio dos Bandeirantes. “Portanto, estamos diante de uma vacina que é efetiva em proteção contra essas variantes que estão circulando nesse momento”.

Variante britânica do coronavírus pode ser até 100% mais letal

Londres – Uma variante altamente infecciosa do novo coronavírus, que se espalha pelo mundo desde que foi descoberta no Reino Unido no fim do ano passado, é entre 30% e 100% mais fatal do que linhagens anteriores, disseram pesquisadores nessa quarta-feira (10).

Em um estudo que comparou índices de mortalidade entre pessoas do Reino Unido infectadas com a nova variante do SARS-CoV-2, conhecida como B.1.1.7, com aqueles de pessoas infectadas com outras linhagens, cientistas disseram que a nova variante tem uma mortalidade “consideravelmente mais alta”.

A variante B.1.1.7 foi detectada no Reino Unido em setembro de 2020, e desde então já foi encontrada em mais de 100 países. Ela tem 23 mutações em seu código genético – um número relativamente alto de alterações – e algumas dessas a tornaram muito mais capaz de se disseminar.

Cientistas britânicos dizem que ela é entre 40% e 70% mais transmissível do que variantes anteriores do coronavírus.

No estudo britânico, publicado no periódico científico British Medical Journal, infecções da nova variante causaram 227 mortes em uma amostragem de 54.906 pacientes de covid-19 – em um número igual de pacientes infectados com outras variantes, foram 141.

“Somado à sua capacidade de se disseminar rapidamente, isso torna a B.1.1.7 uma ameaça que deveria ser levada a sério”, disse Robert Challen, pesquisador da Universidade Exeter que coliderou a pesquisa.