Curitiba – O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, afirmou nessa terça-feira (6), em audiência pública na Alep (Assembleia Legislativa), que o governo estuda a retomada das aulas na rede estadual ainda em outubro, em algumas regiões com menos casos de covid-19. “A ideia é termos um plano-piloto de retorno às aulas em algumas áreas do Paraná com menos casos de incidência e óbitos. Vamos definir nos próximos dias com a possibilidade de retorno no dia 19 de outubro nessas áreas”.
Segundo a Seed (Secretaria de Estado da Educação), o projeto deve atender apenas 2% da rede, com consulta prévia da comunidade escolar.
Beto Preto, que deve se reunir em breve com o secretário de Estado da Educação, Renato Feder, para discutir o assunto, afirma que o retorno será feito dentro das normas de segurança sanitária. “Claro que, com o rodízio de alunos, respeitando tudo aquilo que está escrito na Resolução Sesa 632, que implica em distanciamento social, medidas de cautela, lavagem das mãos e tem também vem sendo colocado como meta pela Seed que tem agido de maneira republicana. Devemos bater o martelo nos próximos dias, com a anuência do governador Ratinho Júnior, com um plano-piloto de 15 dias”.
Ele ainda destacou o bom relacionamento com Feder e a queda da curva de casos no Estado. “O secretário Renato Feder sempre se colocou muito preparado para a metodologia de retorno às aulas, esperando uma decisão da área de saúde para a data. Nós estamos chegando perto dessa data, porque a curva de casos está caindo”, complementou o secretário Beto Preto.
Greve
Diante da possível retomada das aulas presenciais, a APP-Sindicato, que já aprovou indicativo de greve em setembro ante o retorno das atividades presenciais neste ano, deve deflagrar greve. “A nossa posição é de greve em defesa da vida. Nós temos um entendimento de que não há condições de fazer esse tipo de retomada neste momento. Está muito presente ainda a circulação do vírus, tem tido experiências em outras regiões do mundo e do País em que a retomada tem apresentado dificuldades, então temos posição contrária. Estamos também dialogando com pais, mães e estudantes para que possamos evitar essa medida nesse momento”, garante o presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão.
Ensino remoto e reprovação
O CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou, nessa terça-feira (6), a ampliação do ensino remoto nas redes privada e pública de ensino do País até dezembro de 2021 em função da pandemia do novo coronavírus. A decisão vale para ensino básico e superior.
O Ministério da Educação deve ser informado pelas instituições que seguirem o modelo proposto 15 dias antes das atividades letivas.
O conselho também defendeu que as escolas adotem sistemas de avaliação mais flexíveis para evitar as reprovações, permite que os anos letivos de 2020 e 2021 sejam unificados e que se criem novas turmas para reposição de conteúdo perdido, como 4º ano do Ensino Médio.