Saúde

Após 2 meses lotado, Hospital de Retaguarda volta a respirar

No auge da crise, os pacientes se amontoavam nos corredores e o hospital operou acima de 100% da capacidade

Segundo a Secretaria de Planejamento, deverá ser elaborado um novo edital e publicado um novo processo licitatório
Segundo a Secretaria de Planejamento, deverá ser elaborado um novo edital e publicado um novo processo licitatório

Desde a última semana, o Hospital de Retaguarda – Allan Brame Pinho, em Cascavel, desacelera o ritmo alucinante que vinha mantendo para dar conta da grande demanda de pacientes com covid-19. Hoje com 25 leitos de UTI e 28 de enfermaria, já começa a “sobrar” vagas. Ontem, por exemplo, chegou a haver quatro UTIs sem pacientes e nove de enfermaria. No auge da crise, os pacientes se amontoavam nos corredores e o hospital operou acima de 100% da capacidade. Em 1º de março, foi preciso parar o atendimento ambulatorial devido à sobrecarga.

“O número de casos diminuiu bastante e a gente está começando a respirar um pouco’, diz o diretor Lísias Tomé.

A situação estável no HR é reflexo direto dos atendimentos nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), uma vez que, durante o último pico de casos e óbitos em Cascavel, que se estendeu durante quase todo o mês de fevereiro e de março, as UPAs chegaram a ter 40 pacientes aguardando transferência para leitos de UTI, muitos deles intubados, e, na semana passada, de acordo com o Consamu, essa demanda foi zerada. “Nós somos o reflexo direto da situação nas UPAs”, reforça Lísias.

Com essa estabilidade, a liberação dos leitos se deu por conta de um óbito na unidade e três altas para transferência à enfermaria, mas, por se tratar de um hospital exclusivo para atendimento a pacientes com covid-19 e devido às suas complexidades, essas vagas foram preenchidas rapidamente.

Reorganização

Desde que a pandemia avançou agressivamente, em fevereiro, o Hospital de Retaguarda passou de 14 UTIs para 25. Há algumas semanas, ante o esgotamento do sistema de saúde, chegou a ser discutida a possibilidade de ampliação no número de leitos, que, de acordo com o secretário de Saúde, Miroslau Bailak, o Município pode ativar até dez leitos de UTI se for necessário.

Agora, diante da estabilidade no Hospital de Retaguarda, o diretor Lísias Tomé relatou que não há mais essa necessidade e que, por isso, essa ampliação está descartada no momento. Inclusive, foi sugerida a desabilitação de cinco leitos de UTI Covid-19 no HR. “Foi sugerida a possibilidade, mas ainda está sendo avaliada. Não há nada concreto”.

Uma reunião nesta quarta deve definir se haverá o corte ou se a estrutura segue a mesma.

 

Apelo para a população

Apesar do alívio na rede hospitalar, Lísias Tomé alerta que ainda não é tempo de relaxar quanto aos cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus, como distanciamento social, utilização de álcool em gel, máscaras e evitar aglomerações. “A gente sempre pede que a população não vacile”, reforça.

Segundo o diretor do Hospital de Retaguarda, a partir do momento que se vacinar todas as pessoas, será possível relaxar um pouco, mas ainda não é o momento.