Brasília – O presidente Michel Temer avaliou ontem que, de 0 a 10, a chance hoje de aprovar a reforma previdenciária é de 7. Segundo ele, em entrevista à Rádio Guaíba, o Palácio do Planalto tem trabalhado para convencer os deputados da base aliada, muitos deles ainda resistentes à proposta.
Para o presidente, não há motivos para que algumas entidades critiquem o texto final, que retirou mudanças que seriam feitas nos benefícios a deficientes físicos e trabalhadores rurais.
Para tentar atrair mais votos, o relator da proposta, Arthur Maia (PPS-BA), incluiu em emenda aglutinativa o pagamento integral da pensão para viúvos e viúvas de policiais mortos em combate. No entanto, como a aposentadoria de militares não está sendo tratada na proposta, a medida não inclui os policiais militares.
Mesmo com as mudanças, o último placar do governo apontou 270 votos favoráveis, número inferior aos 308 votos necessários. Com o cenário pessimista, o emedebista voltou a cogitar retomar a reforma em novembro, após o período das eleições, caso ela não seja pautada neste mês pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Na volta do recesso parlamentar, o Palácio do Planalto recebeu a avaliação de que cresceu na base aliada a defesa de um adiamento da votação. Em conversas reservadas, deputados indecisos têm afirmado que só votam a favor da reforma caso haja uma perspectiva de vitória. Eles dizem que não pretendem colocar em risco suas reeleições por uma iniciativa com chances altas de perda. Para evitar uma derrota esmagadora, que enfraqueça ainda mais a imagem do governo, auxiliares e assessores presidenciais avaliam que um adiamento para novembro não é o melhor cenário, mas pode ser o menos pior.
Cartel: Descontos nas bombas de gasolina
O presidente Michel Temer disse ontem que considera uma “agressão ao consumidor” o fato de que as reduções de preços da gasolina anunciadas pela Petrobras nas refinarias não são repassadas às bombas. Segundo ele, o governo não vai permitir esse comportamento e foi determinado que a Polícia Federal e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) fiscalizem os postos.
O presidente explicou que “a Petrobras decidiu fazer os aumentos ou as reduções de acordo com os preços internacionais. Quando tem aumento, a bomba de gasolina registra o aumento e quando tem redução, não registra a redução. Não vamos permitir isso. Vamos colocar a Polícia Federal, o Cade, atrás dessa fiscalização para impedir essa espécie de quase agressão ao consumidor. Essa providência está sendo tomada”, disse.
Temer afirmou que governo estuda medidas para reduzir o impacto do preço do gás de cozinha para a população de baixa renda, a serem anunciadas em breve.