Pato Bragado – Divulgado nesta semana, o IFGF (Índice Firjan de Gestão Fiscal), com ano-base 2016, revela que 60% dos municípios da região estão em situação fiscal crítica ou delicada quando assunto é gestão dos cofres públicos.
Dos 50 municípios do oeste, 29 obtiveram avaliações C ou D, indicando a intensidade da crise fiscal vivida pelos gestores públicos.
Os dados são da nova edição do Índice Firjan de Gestão Fiscal divulgado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), com base em dados oficiais declarados pelas prefeituras à STN (Secretaria do Tesouro Nacional). No oeste do Paraná, dois municípios não declararam seus gastos à União: Diamante d’Oeste e Missal.
Nenhum dos municípios da região obteve conceito A (de 0,8 a 1 ponto, considerando que, quanto mais próximo de um, melhor a gestão fiscal).
Essas classificações podem ser associadas à queda direta na arrecadação, nas transferências e na dificuldade ou na falta de margem para cortar despesas. Para se chegar ao resultado anunciado, o levantamento considerou cinco indicadores: receita própria (capacidade de arrecadação), gastos com pessoal, investimentos, liquidez (comprometimento do orçamento com dívidas acumuladas no ano anterior, os chamados restos a pagar) e custo da dívida.
Pedido de ajuda
Em entrevista recente ao Jornal O Paraná, o presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), prefeito de Matelândia, Rineu Menoncin, o Teixeirinha, disse que essa situação se arrastou para 2017, já que pelo menos metade das cidades da região vive uma situação financeira muito delicada, algumas com risco inclusive de não ter dinheiro para pagar o 13º salário. Ele reconhece que existem gestores que não se preparam nem organizam seus caixas, mas observa que a crise interferiu na arrecadação. Por isso, comitivas regionais devem ir a Brasília e a Curitiba pedir mais recursos tentando assim equilibrar as contas.
O mesmo defende o presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná), prefeito de Assis Chateaubriand, Marcel Micheletto. Para ele, algumas situações indicam o momento crítico vivido pelos municípios. “E precisamos mesmo sensibilizar os governos para que eles façam a sua parte, que os municípios parem de pagar despesas que não são deles. Só a União nos deve R$ 1 bilhão em obras no Paraná. São restos a pagar em obras paradas ou inacabadas”, reforça.