Brasília – O relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI) anunciou ontem (12) como serão destinados os R$ 145 bilhões que serão liberados na proposta caso seja aprovada a PEC da Transição – PEC 32/22, também chamada de “PEC Fura-Teto”. Fora os R$ 75 bilhões para o aumento do Auxílio Brasil; a segunda maior parte, R$ 22,7 bilhões, será direcionada para a área de Saúde. Mas tudo deverá constar do relatório final do Orçamento que precisa ser aprovado na Comissão Mista de Orçamento.
De acordo com a área técnica, como a PEC ainda não foi votada, as despesas aparecerão como “condicionadas” no texto. Isso porque a PEC amplia o teto fiscal de 2023 para cerca de R$ 1,94 trilhão. O terceiro ministério que receberá mais recursos será o de Educação com R$ 11,2 bilhões e o aumento real do salário mínimo em 1,4% terá mais R$ 6,8 bilhões. Os recursos para investimentos, inclusive em rodovias, deverão vir na parte da PEC que retira R$ 23 bilhões do teto de gastos. O espaço orçamentário ficou tão amplo que será possível deixar R$ 3 bilhões como reserva de contingência (dotação genérica do Orçamento onde o governo guarda recursos para gastos não previstos).
Marcelo Castro disse que, com o espaço fiscal que será criado pela PEC, é possível atender todas as carências da proposta atual de Orçamento. “É o orçamento possível para que o Brasil tenha condições de continuar funcionando plenamente em 2023, com menos fome, mais desenvolvimento, geração de emprego e renda”, afirmou.
O senador também pediu à Câmara dos Deputados que aprovem a PEC da Transição até quarta-feira para que o cronograma de tramitação do Orçamento possa ser mantido.
Arte/Agência Câmara
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Relatores sugerem aprovação de contas de Dilma e Mchel Temer com ressalvas
Brasília – O relator das contas de 2017 do ex-presidente Michel Temer, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), sugeriu aos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento a aprovação da prestação de contas, com ressalvas. Um dos motivos foi a ausência de atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal para a concessão de benefícios tributários, como a indicação de medidas compensatórias e a fixação da vigência máxima de cinco anos.
Temer também não teria cumprido a preferência de execução no semiárido dos recursos destinados à irrigação na região Nordeste. No mínimo 50% desses recursos têm que ser direcionados para a agricultura familiar e isso não teria ficado comprovado, segundo parecer do TCU (Tribunal de Contas da União), que auxilia o Congresso na análise das contas.
O tribunal ainda apontou falhas na qualidade das informações que mostrariam se as contas seguiram o Plano Plurianual (PPA) 2016-2019. E não houve divulgação dos parâmetros anuais utilizados pelos gestores para o acompanhamento das metas do plano.
Dilma Rousseff
O relator das contas de 2015 da presidente Dilma Rousseff, deputado Enio Verri (PT-PR), elaborou parecer pela aprovação das contas com 10 ressalvas. O TCU recomendou a rejeição das contas com base nos argumentos que, inclusive, embasaram o impeachment de Dilma no ano seguinte. Além de discordar no mérito das irregularidades mais graves apontadas pelo tribunal, Verri pediu a aprovação por acreditar que o julgamento político da presidente já ocorreu. “Uma rejeição das contas neste momento intempestivo em nada acrescentará ao bem comum”, afirmou.
As principais ressalvas estão nas operações de crédito com bancos públicos em desacordo com a legislação; omissão de passivos da União junto ao Banco do Brasil, BNDES e FGTS nas estatísticas oficiais; e pagamento de dívidas da União junto a essas instituições sem autorização orçamentária. Para o deputado, existem interpretações diferenciadas sobre a legalidade das operações e se elas seriam mesmo operações de crédito.
O relatório deve ser votado nos próximos dias pela Comissão Mista de Orçamento.
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Contas de Collor esperam mais de 30 anos
O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) também apresentou relatório pela aprovação das contas de 1990 do ex-presidente Fernando Collor de Mello. O senador destacou o fato de o julgamento ter demorado mais de 30 anos. “O julgamento das contas que ora apreciamos consiste em um exemplo clássico dos vícios que a ausência de regulamentação específica traz para a avaliação dos atos de gestão governamental”, criticou.
Segundo Silveira, o TCU apontou impropriedades nas contas, mas destacou que elas decorriam da atuação dos gestores, não implicando na participação do presidente.
A Comissão Mista de Orçamento vai votar o relatório nos próximos dias.