Política

Reforma não atinge salários até R$ 5.645

Em meio às discussões sobre a reforma da Previdência, um dos desafios do governo federal tem sido rebater argumentos de quem é contrário às mudanças nas regras para aposentadoria. Em entrevista à rádio Bandeirantes, nessa semana, o presidente Michel Temer afirmou que a reforma não vai atingir as pessoas que recebem o limite máximo estabelecido pelo INSS.

“Para quem ganha até o teto da Previdência Social, que é R$ 5.645, não tem diferença. Os que ganham além desse valor vão ter que fazer uma Previdência complementar. Não significa que eles não se aposentarão com R$ 30 mil, R$ 33 mil. Apenas vão ter que pegar uma parte do que ganham por mês e depositar em uma conta suplementar para garantir essa aposentadoria”, explicou o presidente.

Temer disse ainda que, se o texto da reforma não for aprovado pelo Congresso Nacional, o setor previdenciário pode falir, o que acarretaria no fim dos benefícios.“Se nós não concertarmos a Previdência, daqui a dois, três anos a Previdência não resiste. Vejam o que aconteceu com o Rio de Janeiro ou o Rio Grande no Norte. Se a União não socorre, não haveria como pagar os aposentados. Houve impossibilidade de pagamento”, lembrou.

Segundo ele, entre outros pontos, a reforma da Previdência pretende equiparar os regimes previdenciários dos servidores públicos aos do INSS. Segundo a equipe econômica do governo federal, isso vai acabar com privilégios existentes atualmente no setor.

Rombo previdenciário

A Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda apresentou recentemente os números relativos ao setor no ano passado.

De acordo com o balanço, contando os gastos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e dos RPPS (Regimes Próprios dos Servidores Públicos) da União, o rombo na Previdência chegou a R$ 268,79 bilhões.

Ainda segundo a Secretaria, o rombo previdenciário pode alcançar a marca de R$ 192,84 bilhões em 2018, apenas contando o Regime Geral do INSS.