Cafelândia – Após seis meses de investigação sobre possível quebra de decoro parlamentar, o presidente da Câmara de Cafelândia, Rodrigo Diefenthaler (PMDB), foi cassado ontem. A sessão extraordinária durou oito horas e o resultado foi sete votos favoráveis e apenas dois contrários – apenas Professor Fábio Lima (DEM) e Romildo Freitas (MDB). Rodrigo obteve 500 votos nas últimas eleições.
A acusação partiu do diretório municipal do PDT de que Rodrigo teria mandado agredir o vereador Adilson Alves Garcia (PDT).
Em setembro de 2016, às vésperas das eleições, Garcia foi atingido por pedras na cabeça e socos. Três homens encapuzados abordaram o então candidato à reeleição, que ocupava o cargo de vice-presidente da Câmara.
Vieram à tona áudios envolvendo Rodrigo com o executor da agressão, dando conta de que estaria a serviço do vereador. Na conversa, Rodrigo orientava o agressor a mentir para as autoridades.
Rodrigo esteve na sessão, mas não se pronunciou. O advogado de defesa usou a tribuna por duas horas defendendo o parlamentar do pedido de cassação elaborado pela CP (Comissão Processante).
Conforme os membros da CP, agora a busca é pelo resgate da imagem da Câmara – desgastada pela cassação. “Houve um trabalho exaustivo, dando direito de ampla defesa e contraditório. Inclusive, durante seis meses de investigação houve muitos ataques pessoais, represálias e lavagem de roupa suja em plenário – o que não é papel de um legislador. Houve descrédito da imagem, que terá que ser resgatada, pois o cassado chegou a oferecer vantagens para alteração do boletim de ocorrência em sua longa ficha criminal”, disse Charles Roling (DEM) – relator da CP formada pelos vereadores Solange Koehler (PT) (presidente) e o membro Osni Eising (PMDB).
A reportagem não conseguiu falar com Rodrigo Diefenthaler.