Toledo – Se por um lado a queda na arrecadação afetou em cheio os cofres dos municípios, por outro os gestores públicos municipais tiveram que driblar uma administração com orçamentos deixados pelos antigos gestores.
No ano em que os efeitos da crise se intensificaram devido a um cenário político instável, as prefeituras deverão concluir as atividades com resultados preocupantes, até porque mais da metade dos Paços da região estão perto ou já ultrapassaram o limite prudencial das receitas correntes líquidas só para a cobertura da folha de pagamento.
Para muitos prefeitos, este ano foi apenas para “colocar a casa em ordem” e pensar num planejamento para 2018 com a esperança de que as coisas melhorem. “As receitas baixaram muito. Os gastos com pessoal subiram demais. Foi um ano para ajustar tudo, mesmo assim conseguimos reabrir uma importante estrutura que estava fechada há anos em Toledo que era o mini-hospital da Vila Pioneiro, onde mora quase metade da população de Toledo. Apesar de todas as limitações, fizemos novas estradas rurais asfaltadas e demos manutenção às que estavam deterioradas. A expectativa é de que 2018 seja um ano melhor, mas ainda será de instabilidade e de incertezas, afinal, será um ano eleitoral”, reforça o prefeito de Toledo, Lúcio de Marchi.
Ele garante ainda que, apesar de todo o cenário preocupante, outra importante obra deverá atender a saúde pública naquela região: “O Hospital Regional que já deveria funcionar há anos vai abrir as portas até maio de 2018 para atendimento de média e alta complexidade nos 18 municípios da 20ª Regional da Saúde”, afirmou.
“Nossa expectativa é para que a arrecadação se recupere e que possamos respirar mais aliviados”, seguiu De Marchi.
Pátio de máquina sucateado e excesso de chuva
Outro prefeito que considera que 2017 foi um ano para apagar incêndio foi o de Diamante D´Oeste. Para Guilherme Pivattro Junior, além de todos os fatores já amplamente debatidos sobre a redução na arrecadação, tendo em vista que a principal fonte de recursos do caixa municipal é o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), foram os fatores climáticos que degradaram as estradas rurais e a agricultura, bastante prejudicada com a seca e o excesso de chuva.
“São questões muito preocupantes e que precisamos rever. As estradas estão sendo recuperadas aos poucos, o cultivo depende do tempo e esperamos que a arrecadação melhore ano que vem. Além disso, vamos trabalhar com o nosso orçamento em 2017. Isso contribui”, reforçou, ao lembrar que o pátio de máquinas também está sucateado, precisando de conserto e de reposição.
O prefeito de Guaraniaçu, Osmario Portela, ainda está tentando entender por que o repasse do FPM baixou 42% neste ano. “Ainda não fomos informados do porquê disso, mas impacta diretamente nas contas públicas. Enxugamos os quadros, estamos trabalhando diariamente para equilibrar as contas e não deixamos o Município parar. Apesar de tudo, tivemos um ano com muitas conquistas para o Município e com importantes obras esperadas há anos. Assinei há poucos dias a liberação para a reforma do terminal rodoviário e a aquisição de máquinas e implementos agrícolas”, sinalizou.