Brasília – O polêmico senador Marcos Do Val (Podemos-ES) foi alvo, ontem (15), de diligências da Polícia Federal, em seu gabinete no Senado Federal e em suas residências em Brasília e no Espírito Santo. Ele é investigado por pelo menos cinco supostos crimes: divulgar documento sigiloso (artigo 153 do Código Penal); associação criminosa (artigo 288 do Código Penal); atentado à soberania do país (artigo 359-L do Código Penal); tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído (artigo 359-M do Código Penal; e organização criminosa (artigo 2, parágrafo 1º da Lei 12.850/2013).
O processo foi aberto pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes após o senador afirmar, em lives e entrevistas, declarar que teria sido coagido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado. No início da noite, Do Val falou com a imprensa e disse que há a possibilidade da advocacia do Senado ingressar no inquérito, uma vez que um dos celulares apreendidos durante a diligência é de propriedade da Casa legislativa.
“Tenho conversas com senadores da República, todos os senadores estão expostos a informações que são ligadas a área de inteligência”, disse. O senador acusou o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou as diligências, de não cumprir a Constituição. “Isso é notório, ele invadiu um poder, invadiu um gabinete de um senador da República. Acredito que a única razão para ele fazer isso… Como eu o convoquei para a CPMI [de 8 de Janeiro] e mostrei publicamente que o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral já sabiam com antecedência [das invasões à praça dos Três Poderes], eu já esperava uma ação dessas da Polícia Federal (sic). Não há novidade e, para mim, é clara a tentativa de intimidação ou a tentativa de recolher materiais para ele conferir se há algo contra ele”, concluiu.
Em entrevista à Jovem Pan News, o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, disse que é “deplorável que estejamos vivendo um momento como esse, que um senador tenha uma busca e apreensão em seu local de trabalho”. Marinho também manifestou sua preocupação disse esperar que exista fundamento legal na decisão do ministro Moraes e que a diligência seja pertinente.
O vice-líder do governo na Câmara, o deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciou que pedirá o afastamento de Marcos do Val da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro. “Investigado não pode investigar”, escreveu o parlamentar. O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) ironizou o colega de Congresso. “Deu ruim para o Marquinhos da Swat.
Foto: Agência Senado