Política

Polícia Federal faz buscas e apreensões nas casas e no gabinete de Marcos Do Val

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) realiza reunião para apreciação de 285 requerimentos. Entre eles, pedidos de informações e relatórios à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e convocações como a do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, dos ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e do ex-ministro da Defesa. 

A CPMI é formada por 16 senadores e 16 deputados federais titulares, com igual número de suplentes de cada Casa e vai investigar a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. 

À bancada, senador Marcos do Val (Podemos-ES). 

Foto: Pedro França/Agência Senado
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) realiza reunião para apreciação de 285 requerimentos. Entre eles, pedidos de informações e relatórios à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e convocações como a do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, dos ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e do ex-ministro da Defesa. A CPMI é formada por 16 senadores e 16 deputados federais titulares, com igual número de suplentes de cada Casa e vai investigar a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. À bancada, senador Marcos do Val (Podemos-ES). Foto: Pedro França/Agência Senado

Brasília – O polêmico senador Marcos Do Val (Podemos-ES) foi alvo, ontem (15), de diligências da Polícia Federal, em seu gabinete no Senado Federal e em suas residências em Brasília e no Espírito Santo. Ele é investigado por pelo menos cinco supostos crimes: divulgar documento sigiloso (artigo 153 do Código Penal); associação criminosa (artigo 288 do Código Penal); atentado à soberania do país (artigo 359-L do Código Penal); tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído (artigo 359-M do Código Penal; e organização criminosa (artigo 2, parágrafo 1º da Lei 12.850/2013).

O processo foi aberto pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes após o senador afirmar, em lives e entrevistas, declarar que teria sido coagido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado. No início da noite, Do Val falou com a imprensa e disse que há a possibilidade da advocacia do Senado ingressar no inquérito, uma vez que um dos celulares apreendidos durante a diligência é de propriedade da Casa legislativa.

“Tenho conversas com senadores da República, todos os senadores estão expostos a informações que são ligadas a área de inteligência”, disse. O senador acusou o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou as diligências, de não cumprir a Constituição. “Isso é notório, ele invadiu um poder, invadiu um gabinete de um senador da República. Acredito que a única razão para ele fazer isso… Como eu o convoquei para a CPMI [de 8 de Janeiro] e mostrei publicamente que o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral já sabiam com antecedência [das invasões à praça dos Três Poderes], eu já esperava uma ação dessas da Polícia Federal (sic). Não há novidade e, para mim, é clara a tentativa de intimidação ou a tentativa de recolher materiais para ele conferir se há algo contra ele”, concluiu.

Em entrevista à Jovem Pan News, o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, disse que é “deplorável que estejamos vivendo um momento como esse, que um senador tenha uma busca e apreensão em seu local de trabalho”. Marinho também manifestou sua preocupação disse esperar que exista fundamento legal na decisão do ministro Moraes e que a diligência seja pertinente.

O vice-líder do governo na Câmara, o deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciou que pedirá o afastamento de Marcos do Val da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro. “Investigado não pode investigar”, escreveu o parlamentar. O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) ironizou o colega de Congresso. “Deu ruim para o Marquinhos da Swat.

Foto: Agência Senado