Política

Obra milionária “esqueceu” de área ocupada

As obras do Ecopark Oeste em Cascavel seguem em ritmo acelerado na região dos Bairros Santa Cruz e FAG. Orçadas em mais de R$ 13,2 milhões, começam a dar cara nova ao Córrego Bezerra, até então quase que invisível. Mas apesar do valor da obra e do tempo em que ela vinha sendo planejada, ninguém se atentou para as famílias que moram no local de maneira irregular. Agora, ninguém sabe o que fazer com elas.

Os moradores acompanhavam a aproximação das máquinas na casa deles e até chegaram a recolher o que tinham no quintal, que agora já teve a terra revirada para a construção do parque. Apesar de os trabalhos terem começado ainda em dezembro, apenas nesta semana é que uma servidora da prefeitura foi até lá conversar com eles. “Eu não tenho para onde ir. Moro aqui há mais de oito anos. Vieram agora falar que nossas casas estão irregulares. Estou muito preocupado. Cada vez que a obra avança para o meu lado eu vou reorganizando minhas coisas. Parece que se esqueceram de avisar a gente”, reclama José Gregório Neto, que mora em uma das três casas na margem do córrego. As máquinas passam bem pertinho da casa dele.

Patrícia Angela da Rocha conta que também recebeu uma visita: “A moça falou que faltam algumas coisas ainda, que depende de vir fiscal aqui e outros procedimentos. Mas ela disse que essa casa que eu moro era uma das que estão irregulares. Ainda não sabemos o que vai acontecer com a gente”.

“O que sabemos é que são essas casas. Eu e o restante dos moradores temos escritura do lote, documentação, tudo certinho. Mas não sabemos o que vai acontecer com essas pessoas. Veio gente da prefeitura só agora conversar conosco para ver como está a situação de todos os lotes”, conta a aposentada Jucena Bortoloso, que também mora nas proximidades do parque.

Município não tem para onde levar famílias

O presidente da Cohavel, Nei Haveroth, informou que uma assistente social da companhia foi conversar com os moradores e que agora que os dados sociais foram coletados a situação tramita na prefeitura. “Não temos ainda um local para levar essas famílias. Temos que sentar e ver bem certo o que será feito lá. Eu tenho que esperar o parecer de outros departamentos do Município para que a Cohavel possa dar qualquer tipo de prosseguimento”, explica.

Já os moradores esperam que tudo seja resolvido: “Tomara que cosigam nos ajudar. Só saio daqui se tiver outro lugar para morar. Estou aguardando o andamento dessa história para ver no que isso vai dar”, afirma José Gregório Neto, um dos moradores que terão de desocupar a área verde.